Clinical and Biomedical Research (Oct 2016)
Perfil das pacientes do ambulatório de uroginecologia de um hospital público de Porto Alegre com relação à incontinência urinária e à qualidade de vida
Abstract
Introdução: A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina e pode ser classificada de acordo com os sintomas, sendo os tipos mais comuns: IU de esforço (IUE), IU de urgência (IUU) e IU mista (IUM). Ela causa impacto físico e psicológico negativo, piorando a qualidade de vida. A fisioterapia pélvica é importante no tratamento conservador da IU, pois é segura, não invasiva e com mínimos efeitos colaterais. Objetivos: Descrever o perfil das mulheres avaliadas pela fisioterapia pélvica no Ambulatório de Uroginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) com relação à IU e qualidade de vida. Métodos: Estudo descritivo, transversal e retrospectivo, realizado a partir de informações dos prontuários das pacientes avaliadas pela fisioterapia pélvica no Ambulatório de Uroginecologia do HCPA, de agosto de 2013 a dezembro de 2014. Resultados: Dos 164 prontuários analisados, a média de idade das pacientes foi de 58,07 anos (±10,98), 55% realizaram parto normal, 51% fizeram episiotomia, todas eram multíparas, 60,4% apresentavam prolapso de órgão pélvico e a IUM foi a mais prevalente, sendo que 71,3% perdiam urina em jato. Quanto à força dos músculos do assoalho pélvico, a maioria apresentava grau 2 (31,1%), seguido de grau 1 (28%) e grau 3 (24,4%), conforme a Escala de Oxford Modificada, e 75,6% acionavam musculatura acessória. O International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIS-SF) mostrou que o impacto da IU foi grave em 62,8%. Conclusão: Este estudo permitiu identificar as principais demandas da população feminina com IU, facilitando o delineamento de estratégias de reabilitação eficazes e compatíveis com a prática clínica. Palavras-chaves: Assoalho pélvico; incontinência urinária; qualidade de vida; fisioterapia