Cadernos de Saúde Pública (Dec 1992)

Representações sociais da AIDS, práticas sexuais e vida social entre heterossexuais, bissexuais e homossexuais em Brasília, Brasil Social representations concerning AIDS, sexual practices and social life among heterosexuals, bisexuals and homosexuals in Brasília, Brazil

  • Edson A. de Souza Filho,
  • Márcia G. Henning

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X1992000400008
Journal volume & issue
Vol. 8, no. 4
pp. 428 – 441

Abstract

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Através de 33 questões abertas e fechadas, observamos as representações sociais da AIDS, práticas sexuais e preventivas, auto-representações, vida social, valores e meios de informações de 89 heterossexuais (HE), 7 bissexuais (BI) e 33 homossexuais (HO). Os resultados mostraram uma crença geral de que todos estão vulneráveis ao vírus. Os HE e HO consideraram alterações corporais externas como o principal sintoma da AIDS. Os HE praticavam mais sexo vaginal e oral (52,69%), os HO, sexo anal e oral (43,33%), e os BI se dispersaram entre muitas práticas sexuais. Além do uso de preservativo, os HE evitariam grupos de risco e prefeririam um parceiro único, enquanto os HO evitariam praticar sexo (18,2%). Apesar das auto-representações de HE e HO em termos de conduta sexual, estes valorizaram mais a família do que a atividade sexual - o que pode ser um sinal de mudança psicossocial. Algumas sugestões de pesquisa foram feitas sobre a prática BI como elo entre os grupos, sobre as relações de poder e confiança entre parceiros, e sobre a urgência de novos estudos a respeito da vida psicossocial desses grupos.The social representations of AIDS, preventive practices concerning sexually transmissible diseases, self-representations, social life, values, and forms of information for 89 heterosexuals (HE), 7 bisexuals (BI) and 33 homosexuals (HO) were investigated through a questionnaire containing 33 open and closed questions. Results showed a general belief that everybody is vulnerable to the AIDS virus, but that external changes in the body were considered the major sympton of AIDS by HE and HO. Vaginal sex (30.47%) and oral/anal sex (43.33%) were the most commonly referred by HE and HO, respectively, while BI were more diffuse with regard to their sexual practices. In addition to the use of condoms, HE referred avoiding risk groups and opting for only one partner, while HO would avoid sex (18.2%). Despite HE and HO self-representations in terms of sexual behaviour they gave more emphasis to family than to sexual activity - something that could be regarded as an indication of psychosocial change in these groups caused by AIDS. Suggestions for future research included BI practices as a link between the groups, the power and trust relationships among HE partners, and the urgent need for further studies on the psycho-social life of these groups.

Keywords