Geriatrics, Gerontology and Aging (Nov 2024)
Fatores Preditivos De Resposta Aos Inibidores Da Colinesterase, Dosagem Da Concentração Plasmática De Donepezila E Avaliação Farmacogenética Em Pacientes Com Doença De Alzheimer E Demência Mista: Estudo Naturalístico
Abstract
OBJETIVOS: Investigar os fatores demográficos, clínicos e genéticos que poderiam ser preditivos de boa resposta ao tratamento com os inibidores da colinesterase (IChE) na doença de Alzheimer (DA) e demência mista; medir a concentração plasmática de donepezila (CPD) em pacientes em uso da medicação; verificar correlação entre a CPD com os polimorfismos do gene Apoliproteína E (APOE) e do gene CYP2D6, bem como com a resposta clínica. MÉTODOS: Estudo naturalístico, com pacientes que compareceram ao ambulatório de Geriatria e de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para tratamento. De 129 pacientes com diagnóstico de DA ou mista, (leve a moderada), 97 pacientes completaram o estudo após 12 meses de seguimento e foram avaliados no início, após três, seis e 12 meses de uso de IChE (donepezila, galantamina ou rivastigmina). A genotipagem da APOE foi determinada para todos os participantes e os polimorfismos da CYP2D6 para aqueles que fizeram uso da donepezila. Em cada visita, foram administradas escalas de avaliação cognitiva, funcional, de humor e de comportamento, bem como medida a CPD nas últimas 3 visitas. Os pacientes foram classificados de acordo com a pontuação no Mini-exame do Estado Mental (MEEM). Bons respondedores foram aqueles que fizeram ≥ 2 pontos no MEEM em 12 meses em relação ao MEEM da primeira consulta. RESULTADOS: A taxa de boa resposta clínica foi de 27,8%. Metade destes pacientes eram carreadores do alelo APOE ε 4. Na análise longitudinal, os pacientes com DA leve e também os pacientes que pontuaram ≥ 2 pontos no MEEM aos três meses apresentaram maior chance de serem bons respondedores aos 12 meses. A resposta clínica à donepezila foi investigada em razão da CPD e pela frequência dos polimorfismos da APOE e CYP2D6 em 42 pacientes que fizeram uso da medicação (dose de 10 mg) durante 12 meses. Não houve correlação entre polimorfismos da APOE, da CYP2D6 e o padrão de resposta clínica. No entanto, os bons e neutros respondedores tiveram maior CPD aos 12 meses de tratamento em relação aos três e seis meses, sugerindo haver melhor resposta com concentrações mais elevadas da droga. CONCLUSÃO: Os principais fatores preditivos de boa resposta a estas drogas aos 12 meses de tratamento foram: a gravidade leve da demência e a presença de boa resposta aos três meses de uso da medicação. Não houve correlação entre polimorfismo da APOE, da CYP2D6 e o padrão de resposta clínica na população estudada. A CPD foi maior nos bons e neutros respondedores.
Keywords