Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

LINFOCITOMA CÚTIS LOCALIZADO: RELATO DE CASO

  • G Cattani,
  • AB Florian,
  • EW Silva,
  • MFL Pezzi,
  • FM Aguiar,
  • GA Krul,
  • TS Hahn,
  • VM Wendt,
  • BC Boeira,
  • GR Bosi

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S75

Abstract

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Introdução: O Linfocitoma Cútis (LC) é uma afecção linfoproliferativa B, que consiste em uma infiltração linfocitária da derme, a qual se traduz na superfície cutânea por nódulo, tumor ou placa. O LC também pode ser chamado de pseudolinfoma de células B, uma vez que pode simular um linfoma de células B tanto na apresentação histológica quanto na clínica. É uma doença rara e geralmente idiopática. Ele pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em adultos jovens, com predileção pelo sexo feminino (3:1). Objetivo: Relatar um caso de uma paciente diagnosticada com LC localizado. Relato de caso: Paciente feminina, 34 anos, previamente hígida referia surgimento de nodulação, única, em dorso, próxima ao ombro direito, com coloração acastanhada e aumento progressivo leve nos meses seguintes. Negava outros sintomas e não fazia uso de medicamentos contínuos. Realizou exérese da lesão três meses após e o anatomopatológico revelou proliferação linfocitária atípica com formação de centros germinativos e células plasmocitóides e linfocitóides com padrão de infiltração perianexial acometendo até o tecido subcutâneo. Os achados da imunohistoquímica, como CD3, CD20, CD10 e BCL6 positivos no centro germinativo, BCL2 positivo em células T e Ki67 10%, favoreceram o diagnóstico de pseudolinfoma B cutâneo/ LC. Foram realizadas tomografias de tórax e abdome sendo estas normais, como também avaliação de desidrogenase láctica que estava normal e sorologias negativas. Paciente curada pela exérese, recebeu orientações e alta. Discussão: O LC está relacionado a uma resposta imune exagerada a antígenos que agem como gatilhos, como por exemplo picadas de insetos, tinta de tatuagem, brincos, vacinas, vírus da Herpes simples e entre outras causas. Normalmente, as lesões se apresentam como lesão única em forma de nódulo ou placa, que podem ser cor da pele, avermelhado, acastanhado ou ainda violáceo, principalmente em face e tórax. O curso clínico da doença é variável, podendo resolver espontaneamente em meses ou anos, sendo que a progressão para um linfoma maligno é improvável. O diagnóstico do linfocitoma requer biópsia. Na maioria dos casos o histopatológico mostra infiltrados celulares mistos em toda derme, frequentemente com formação de folículos linfóides. Os centros germinativos reativos são geralmente circundados por zonas de manto bem formadas. O tratamento depende do número de lesões, localização, presença de sintomas e identificação da causa. Na prática clínica, geralmente se usa corticosteróides superpotentes tópicos ou intralesionais, e as lesões solitárias podem ser tratadas com excisão cirúrgica. Conclusão: Conforme exposto, o LC pode apresentar semelhanças com o linfoma de células B, tanto histologicamente quanto clinicamente, sendo necessário exames anatomopatológicos, de imunohistoquímica e de imagens para confirmar o caso de LC. Tratando-se de uma lesão benigna, a cura foi estabelecida com o procedimento de exérese.