Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Nov 2005)

Influência do conteúdo vaginal de gestantes sobre a recuperação do estreptococo do grupo B nos meios de transporte Stuart e Amies Influence of vaginal environment of pregnant women on the recovery of group B streptococcus in Stuart and Amies transport media

  • José Antonio Simões,
  • Giana Balestro Poletti,
  • Priscilla Mendes Portugal,
  • Eliane Melo Brolazo,
  • Michelle Garcia Discacciati,
  • Gabriela Daoud Crema

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72032005001100007
Journal volume & issue
Vol. 27, no. 11
pp. 672 – 676

Abstract

Read online

OBJETIVO: avaliar a influência do meio vaginal de gestantes na sobrevivência do estreptococo do grupo B (EGB) mantido por 8, 24 e 48 horas nos meios de transporte Amies e Stuart. MÉTODOS: foram coletados três swabs vaginais de 30 gestantes atendidas no Ambulatório de Pré-Natal do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O primeiro swab foi mergulhado diretamente no meio seletivo de Todd-Hewitt; o segundo foi utilizado para a realização da bacterioscopia corada pelo Gram e o terceiro foi mergulhado em 2 mL de solução salina à qual foram acrescentados 200 µL de uma suspensão contendo EGB na concentração de 1-2 x 10(8) unidades formadoras de colônia. Desta última suspensão de EGB, foram colhidos três swabs do meio Amies e três do meio Stuart, os quais foram mantidos em temperatura ambiente por 8, 24 e 48 horas, para posterior semeadura em ágar sangue. A leitura do crescimento das placas foi realizada após 24 horas de incubação e classificada semiquantitativamente (0-3 cruzes) de acordo com o número de colônias observadas. A análise estatística foi efetuada com o teste exato de Fisher. RESULTADOS: a recuperação do EGB nos meios de transporte Amies e Stuart após 48 horas de estocagem foi de 97 e 87%, respectivamente. Em um dos quatro casos em que não houve a recuperação do EGB após 48 horas de armazenamento, o pH vaginal foi superior a 4,5 e em dois casos havia a presença de vaginose citolítica. CONCLUSÕES: ambos os meios de transporte mostraram-se adequados para a recuperação do EGB em gestantes até 48 horas após a coleta. As características do meio vaginal não influenciaram a recuperação do EGB no presente estudo.PURPOSE: to evaluate the influence of vaginal environment of pregnant women on group B streptococcus (GBS) survival after 8, 24 e 48 h in Amies and Stuart transport media. METHODS: Three vaginal samples were collected from 30 pregnant women attending the Prenatal Care Outpatient Clinic of the Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). The first sample was placed directly onto Todd-Hewitt selective medium; the second was used to perform a gram-stained microscopy, and the third swab was placed in 2 mL physiological saline to which 200 µL of a suspension with 1-2 x 10(8) colony-forming units of GBS was added. After homogenization, six swabs were collected from this suspension (3 from Amie medium and 3 from Stuart medium). These six swabs were kept at room temperature for 8, 24 and 48 h and then incubated on blood agar. Bacterial growth at 37ºC was observed after a 24-h incubation period and it was semiquantitatively graded (0-3+) according to the number of colonies. Statistical analysis was performed by the exact Fisher test and the level of significance was set at 0.05. RESULTS: the recovery of GBS after 48-h storage in Amie and Stuart media was 97 e 87%, respectively. In one of the four cases where no GBS recovery was possible after 48 h of storage, vaginal pH was higher than 4.5, and in two of those cases cytolytic vaginosis was found. CONCLUSIONS: both transport media showed to be appropriate for GBS recovery up to 48 h after sampling. Characteristics of the vaginal enviroment did not influence GBS recovery as observed in this study.

Keywords