Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ESTRATÉGIA ESG PARA REDUÇÃO DE RESÍDUOS INFECTANTES COM O ENVIO DE PFC PARA INDÚSTRIA

  • JTS Tokunaga,
  • JFO Santos,
  • APR Rosa,
  • NRS Pires,
  • CB Costa,
  • A Cortez,
  • CP Arnoni,
  • FRM Latini

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S721

Abstract

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Introdução: A preocupação com questões ambientais tem crescido em instituições de saúde, já que são grandes geradoras de resíduos infectantes que necessitam ser tratados antes do descarte final. De acordo com o Relatório de Produção Hemoterápica da ANVISA, em 2023, o Brasil produziu 2.447.034 unidades de Plasma Fresco Congelado (PFC) e de Plasma Comum (PC), sendo 10,6% enviados para fins terapêuticos, 56% descartados e 10,4% destinados à indústria. A destinação de PFC para a indústria contribui com as questões ambientais, (PNRS,2010) fortalecendo a gestão ESG (Environmental, Social and Governance). Sendo assim, este estudo avaliou a redução de resíduos infectantes com o início do envio do plasma excedente de duas unidades de banco de sangue do estado de São Paulo para a indústria para produção de hemoderivados para o SUS. Materiais e métodos: Foi avaliada a produção e descarte por excedente de PFC de duas unidades de processamento da COLSAN - Associação Beneficente de Coleta de Sangue, sendo uma localizada na cidade de Sorocaba e outra na cidade de Jundiaí, em dois períodos: período 1 (P1) antes do envio para a indústria (05/2022 a 04/2023) e o período 2 (P2) durante o envio (05/2023 a 04/2024). Foi calculado o peso descartado de resíduo infectante, quantidade e peso de PFC enviado para a indústria e valor (R$/Kg) de tratamento do resíduo infectante em cada cidade. As informações foram obtidas de sistema informatizado e planilha de dados. Resultados: Jundiaí P1: 23.819 PFC produzidos, sendo 70,5% disponibilizados para transfusão, 0% para a Indústria e 29,5 % descartados, totalizando um gasto de R$9.590,66 (R$3,12/Kg) para tratamento dos resíduos infectantes; P2: 24.313 PFC produzidos, sendo 63,6% disponibilizados para transfusão, 24% para a indústria (1.183 Kg) e 12,4% descartados totalizando R$7.113,23 (R$3,12/Kg) para tratamento dos resíduos, representando a economia de R$3.801,69. Sorocaba P1: 27.223 PFC produzidos, sendo 51,8% disponibilizados para transfusão, 0% para a Indústria e 48,2% descartados, totalizando R$66.904,02 (R$9,45/Kg) para tratamento de resíduos infectantes; P2: 29.834 PFC produzidos, sendo 42,3% disponibilizados para transfusão, 34% para a indústria (1.896,2 Kg) e 23,7% descartados, totalizando R$54.538,88 no tratamento dos resíduos, representando a economia de R$7.919,37. Conclusão: Em ambos os hemocentros, mesmo com o aumento da produção de PFC entre P1 e P2, foi verificado redução no descarte de resíduos infectantes devido ao fornecimento de PFC para a Indústria representando eficácia da estratégia e fortalecimento da gestão ESG. Portanto, o fornecimento de PFC para a indústria, além de contribuir para a produção de hemoderivados, confere vantagens como sustentabilidade e economia de recurso financeiro gasto com o descarte.