Revista Subjetividades (Dec 2015)

Capitalismo e Angústia

  • Sonia Borges

DOI
https://doi.org/10.5020/23590777.15.3.398-406
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 3
pp. 398 – 406

Abstract

Read online

Este trabalho apresenta uma reflexão sobre possíveis relações que se estabelecem entre a angústia e os impactos da normatividade social sobre as subjetividades. Em nossos dias, o capitalismo, aliado à ciência moderna, caracteriza-se não só pela definição autoritária de políticas econômicas, mas também por mecanismos gestionais que regulam e afetam a constituição dos indivíduos, estimulando a emergência de diferentes formas de manifestação da angústia, tais como estresse, pânico, desamparo, traumatismo e depressão, que se caracterizam particularmente pelo silencio do sujeito frente ao sentimento de perda de horizontes estáveis de referência, ou seja, pelo sofrimento sem endereço, sem Outro. Recorremos à psicanálise e a algumas ideias de Giorgio Agamben sobre o capitalismo de hoje, para discutirmos estas questões, assim como as possibilidades de a psicanálise e a arte serem consideradas modos particulares de confronto com estes fatos civilizatórios que exacerbam a angústia - colocando-se, portanto, na contra mão dos interesses capitalistas.

Keywords