Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-031 - INVESTIGAÇÃO E DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE LATENTE EM PACIENTES COM LINFOMAS.

  • Sebastião Pires Ferreira Filho,
  • Rafael Dezen Gaiolla,
  • Wagner José Sousa Carvalho,
  • Marjorie de Assis Golim,
  • Carlos Magno Castelo Branco Fortalez,
  • Daniela Anderson da Silva,
  • Aline Márcia Marques Braz,
  • Rosana Maria Barreto Colichi

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103961

Abstract

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Introdução: A tuberculose pulmonar, considerada como doença negligenciada, sempre foi um problema de saúde pública. Em 2022, no mundo, cerca de 1,3 milhões de pessoas morreram por tuberculose e 10,6 milhões de novos casos surgiram naquele ano. No Brasil, foram identificados 80.012 casos novos de TB em 20231. Dependendo de características específicas, um paciente pode desenvolver a doença (tuberculose em atividade) ou manter-se na forma latente (ILTB). Apesar de os doentes com linfoma fazerem parte da lista nacional de pacientes que devem ser investigados para ILTB, essa não é a realidade para a maioria deles, ainda que tenham maiores chances de desenvolver a doença e evoluírem para óbito. Objetivo: identificar a prevalência de ILTB em pacientes com linfoma. Método: Estudo prospectivo e descritivo, com coleta de dados sociodemográficos em um hospital universitário, terciário, localizado no interior do estado de São Paulo, de pacientes maiores de 18 anos com linfoma e dosando o IGRA no sangue. Estatísticas descritivas foram utilizadas para avaliar as características gerais dos participantes. Resultados: Foram recrutados 132 pacientes, com idade média de 57 anos, sendo a maioria composta por homens (54,5%), brancos (68,9%), casados (59,8%), com filhos (76,5%) e renda familiar de até R$ 5.000 (71,2%). Entre os participantes, 25% eram fumantes ou ex-fumantes. A prevalência de ILTB foi de 20,5%, sendo uma maior porcentagem entre homens (66,7%) e não fumantes (81,5%). Conclusão: A prevalência de ILTB foi considerada alta nessa população e não há literatura que demonstre essa realidade em outros países. Por se tratar de uma doença prevalente e com chances de complicações como óbito, políticas públicas devem ser estimuladas para o rastreio de ILTB e o tratamento adequado, tanto no serviço público quanto na rede privada de saúde.