Geologia USP. Série Científica (Apr 2017)

Metamorfismo de temperatura ultra-alta de granulitos com safirina de 2,0 Ga do Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá, Bahia, Brasil

  • Johildo Salomão Figueiredo Barbosa,
  • Angela Beatriz de Menezes Leal,
  • Reinhardt Adolfo Fuck,
  • Jailma Santos de Souza de Oliveira,
  • Philippe Gonçalves,
  • Carlson de Matos Maia Leite

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-287
Journal volume & issue
Vol. 17, no. 1

Abstract

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A área de pesquisa se situa no Cráton do São Francisco, no sul da Bahia, Brasil. Nessa região, no segmento crustal Bloco Itabuna-Salvador-Curaçá (BISC), ocorrem rochas supracrustais associadas a gnaisses tonalíticos/trondhjemíticos a monzoníticos e rochas máficas subordinadas, de idades arqueana e paleoproterozoica, todos fortemente deformados e reequilibrados na fácies granulito em 2,07 a 2,08 Ga. As rochas supracrustais incluem granulitos com safirina constituídos por quartzo, ortopiroxênio, silimanita, granada, mesopertita, plagioclásio, biotita e cordierita. Com base nos arranjos microestruturais entre os minerais constituintes dos granulitos com safirina, a paragênese de pico metamórfico é Grt1 + Opx1 + Bt1 + Qtz + Sil1 + Spr1 + Mp. Microestruturas de reações entre minerais, como coroas de simplectitos ao redor de porfiroblastos, permitiram identificar as seguintes paragêneses retrógradas, interpretadas como formadas durante a ascensão tectônica dessas rochas: Grt1 ± Qtz = Opx2 + Sil2, Grt1 = Opx2 + Spr2 (+ Sil2); Opx1 + Sil1 + Qtz = Crd e Grt1 + Qtz = Opx3 + Crd. Por sua vez, simplectitos de Bt2 + Qtz formados pela reação Opx1-2 + Mp + H2O = Bt2 + Qtz estão relacionados à evolução retrógrada durante resfriamento. Cálculos termobarométricos realizados com aplicação de termobarômetros clássicos e método de multiequilíbrios (THERMOCALC, por exemplo) indicaram P = 7-11 kbar e T ≥ 900°C para os granulitos com safirina. Um dos mecanismos associados à elevada temperatura está relacionado à adição de material radioativo com a presença de magmas basálticos durante a formação do BISC. A cristalização fracionada desses magmas produziu intrusões tonalíticas que datam de aproximadamente de 2,15 a 2,13 Ga, próximo do pico do metamorfismo de 2,07 a 2,08 Ga.

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