Acta Médica Portuguesa (Apr 2016)

Fatores de Risco para Sépsis Associada aos Cuidados de Saúde em Recém-nascidos de Muito Baixo Peso

  • Helena Pereira,
  • Ema Grilo,
  • Patrícia Cardoso,
  • Natália Noronha,
  • Cristina Resende

DOI
https://doi.org/10.20344/amp.6839
Journal volume & issue
Vol. 29, no. 4

Abstract

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Introdução: As infeções associadas aos cuidados de saúde constituem uma importante causa de morbi-mortalidade neonatal, levando a um aumento do tempo de internamento e consequentemente dos seus custos. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de incidência de infeções associadas aos cuidados de saúde e os seus principais fatores de risco em recém-nascidos de muito baixo peso. Material e Métodos: Estudo retrospetivo dos recém-nascidos de muito baixo peso internados numa maternidade com apoio perinatal diferenciado, durante um período de 10 anos (2005-2014). Foi analisada a existência de associação entre vários fatores de risco e a ocorrência de infeções associadas aos cuidados de saúde. Resultados: Foram internados 461 recém-nascidos de muito baixo peso. Houve 110 episódios de infeções associadas aos cuidados de saúde em 104 recém-nascidos e 53 episódios de sépsis associada a cateterismo venoso central. A densidade de sépsis foi 7,5/1 000 dias de internamento e a densidade de sépsis associada ao cateterismo venoso central 22,6/1 000 dias de utilização. Os recém-nascidos com infeções associadas aos cuidados de saúde apresentaram uma média de peso ao nascimento e idade gestacional inferior (959 ± 228 g vs 1191 ± 249 g) e (27,6 ± 2 vs 29,8 ± 2,2 semanas), p < 0,001. Após ajuste à idade gestacional e peso ao nascimento verificámos associação entre infeções associadas aos cuidados de saúde e antibioterapia em D1, duração de cateterismo venoso central e da nutrição parentérica. Após regressão logística, mantiveram-se como fatores de risco independentes com significância estatística, a idade gestacional e a duração da nutrição parentérica. Discussão: Os fatores de risco independentes para infeções associadas aos cuidados de saúde foram a idade gestacional e a duração da nutrição parentérica. Conclusão: Por cada semana a mais na idade gestacional o risco de infeções associadas aos cuidados de saúde diminuiu em 20% e por cada dia de nutrição parentérica o risco aumentou em 22%.

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