Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

GENES FLT3 E NPM1 E SUAS CORRELAÇÕES COM O PROGNÓSTICO NA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA

  • AR Barros,
  • MLM Silva,
  • RESH Silva,
  • CA Brandão,
  • JRPC Seixas,
  • MAC Bezerra,
  • AR Lucen-Araujo

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S269

Abstract

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Introdução: A Leucemia mieloide aguda (LMA) é uma doença hematológica caracterizada pela proliferação clonal de mieloblastos que, devido mutações genéticas, perdem a capacidade de responder a estímulos naturais. Entre as principais mutações presentes na LMA destacam-se as alterações nos genes NPM1 e FLT3. A presença ou ausência dessas mutações ditam características relevantes e auxiliam no prognóstico e tratamento. Objetivos: Diante disso, o objetivo deste trabalho é associar as alterações moleculares nos genes NPM1 e FLT3 com sua relevância no prognóstico e estratégias terapêuticas para pacientes acometidos com LMA. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura na base de dados PubMed/Medline utilizando os descritores “acute myeloid leukemia”e/ou “NPM1”e/ou “FLT3”. Foram incluídos artigos originais e de revisão, nos idiomas inglês e português, publicados entre Janeiro/2018 e Julho/2023. Dos 107 estudos encontrados, 22 foram selecionados seguindo critérios de inclusão e de exclusão para compor a presente revisão bibliográfica. Resultados: Nesse cenário, foi visto que as mutações nos genes FLT3 representam cerca de 25% a 30% na LMA, assim como, a incidência de alterações no gene NPM1 representam cerca de um terço de todas as mutações. A mutação em FLT3 aumenta a proliferação celular e inibe a apoptose, sendo associada a um pior prognóstico. O gene NPM1 codifica uma proteína chaperona multifuncional que desempenha um papel na manutenção da integridade genômica, no qual, auxilia no processo de reparo do DNA, na estabilidade do genoma e, finalmente, regula a transcrição do DNA. Pacientes com LMA que abrigam a mutação NPM1 geralmente apresentam resultados relativamente favoráveis para a quimioterapia citotóxica, na ausência de mutação no gene FLT3. Discussão: Vários inibidores de FLT3 já entraram na prática clínica e estão sendo combinados com outras terapias aprovadas em um esforço para maximizar os benefícios. Embora as taxas de remissão inicial com as terapias atuais sejam altas, a resistência ao FLT3 é uma limitação importante para a sobrevida a longo prazo. O apelo de direcionar o NPM1 reside no fato de que o NPM1 é uma proteína de vários domínios que interage com alvos drogáveis. Pacientes portadores de LMA com mutação no gene NPM1 estão associados a um prognóstico favorável. Conclusão: Apesar das suas características heterogêneas os estudos referentes a LMA sugerem que as mutações FLT3 indicam: mau prognóstico, baixa taxa de remissão, curto período de sobrevida e frequentemente requerem transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas. Já a mutação NPM1 sugere um bom prognóstico, a taxa de remissão é alta, o período de sobrevida é longo e o efeito da quimioterapia ou autoterapia é bom. Por fim, o estudo dos biomarcadores da LMA a partir da citogenética, biologia molecular e fisiopatologia é fundamental para a correta avaliação de seus fatores prognósticos.