Revista de Antropologia (Nov 2014)
Duas leituras de Malinowski
Abstract
Neste ensaio, examino o artigo no qual James Clifford explorou a célebre declaração de Malinowski (“serei o Conrad da antropologia!”). Em seguida, critico o formalismo do autor: a forma do texto é que lhe interessa, não seu conteúdo nem a relação entre a fonte e o mundo social que a produziu. Defendo, contudo, a eficácia da forma como instrumento analítico capaz de identificar fissuras nas fontes históricas, permitindo um conhecimento mais apurado do mundo social desde que o indício morfológico seja relacionado à história. Como expoente desse procedimento, aponto o ensaio onde Carlo Ginzburg investiga a afinidade formal entre o circuito percorrido por um objeto mágico em um conto do escritor escocês Robert Louis Stevenson e o circuito do kula descrito na etnografia trobriandesa.
Keywords