Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE TÉTANO ACIDENTAL, EM IDOSOS, NO BRASIL, POR REGIÕES, NO PERÍODO DE 2016 A 2021
Abstract
Introdução: O tétano acidental é a manifestação resultante da infecção pelo contato de áreas da pele lesada com os esporos do bacilo anaeróbio Clostridium tetani. É uma das doenças infecciosas que acometem a população idosa com maior morbidade e gravidade de sintomas, como: contração muscular involuntária e dolorosa, rigidez e morte devido a neurotoxina liberada pela bactéria. Sob esse prisma, apesar do avanço no número de idosos desde 2016 ainda carecem estudos que englobem a infecção pelo tétano nessa faixa etária no Brasil. Métodos: Pesquisa transversal, descritiva com abordagem quantitativa, com dados de 2016 a 2021. Os participantes selecionados foram indivíduos a partir de 60 anos notificados pela condição. A coleta para o estudo foi realizada através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e os parâmetros analisados foram: número absoluto de casos, faixa etária, sexo, região e óbitos. Resultados: Observaram-se 1.078 casos notificados de tétano acidental no Brasil nos anos de 2016 a 2021. Dentre esses, 38,03% (410) em idosos, sendo a faixa etária mais acometida a de 70-79 anos, representando 32,92% (135) do total de senescentes. A região com maior incidência foi a Sudeste, 28,78% (118 casos), e a com menor foi o Centro-Oeste, 7,07% (29). Foram registrados 360 óbitos nesse período, sendo os idosos 48,33% (174) e desses, 78,16% (136) eram do sexo masculino ainda com predomínio da faixa etária de 70-79 anos, com 34,48% (60) das mortes. Entretanto, dentre a mortalidade em idosos, a região de maiores casos foi a região Nordeste, com 30,45% (122), e a menor foi a região Centro-Oeste, com 5,74% (10) e região Norte com 9,77% (17 casos). Conclusão: Os padrões de distribuição por faixa etária da infecção e mortalidade corroboram para reforçar a relação do aumento da gravidade na evolução da doença com as regiões de menor acesso a recurso de saúde e a maior exposição do idoso com o passar dos anos, um processo já inerente do envelhecimento, sobretudo por uma maior fragilidade, suscetibilidade a quedas, diminuição na resposta imunológica e as doenças crônicas que também são presentes. Nesse prisma, este trabalho reforça a necessidades de mais estudos frente ao ainda crescente índice de idosos acometidos pelo tétano acidental a fim de elucidar os riscos que a pessoa idosa passa no dia a dia para auxiliar a reconhecer as fragilidades impostas a população idosa