Revista Brasileira em Promoção da Saúde (Mar 2012)

Periculosidade ambiental de pesticidas receitados entre as bacias platina e amazônica na virada para o século XXI - doi: 10.5020/18061230.2012.p20

  • Arno Rieder,
  • Eliana Freire Gaspar de Carvalho Dores,
  • Anna Frida Hatsue Modro

DOI
https://doi.org/10.5020/2206
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 1
pp. 20 – 29

Abstract

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Revelar a periculosidade ambiental de pesticidas receitados em uma região divisora das Bacias Amazônica e Platina, na virada para o século XXI. Métodos: O estudo utilizou dados de receitas agronômicas expedidas no biênio 1999-2000, em 24 municípios situados em região divisora das Bacias Amazônica e Platina, Mato Grosso, Brasil. Resultados: Os pesticidas mais utilizados na região de estudo são os das classes II (muito perigoso) e III (perigoso) em número de receitas (N=2.828; 86,8%) e quantidade receitada (N=344.765; 90,4%). Na classe III, observou-se uma acentuada inversão nos valores de número de receitas (N=1.274; 39,1%) e de quantidade receitada (N=237.319; 62,2%), indicando que houve um menor número de receitas, mas com maior quantidade receitada. As proporções de receitas de produtos nas várias classes de potencial de periculosidade ambiental (Classificação PPA, utilizada no Brasil) foram diferentes entre anos (c2=20,814; GL=3; p < 0,01). Os 10 produtos (11 princípios ativos) mais receitados foram: glifosato, 2,4-D, sulfluramida, clorimurom etílico, fipronil, diurom, paraquate, metamidofós, carbofurano, clorpirifós e lambda-cialotrina, dentre os quais, sete pertencem às classes de PPA I e II. Conclusões: As proporções de receitas e as quantidades receitadas de pesticidas nas diferentes classes de PPA variam entre os anos agrícolas. Os produtos mais receitados nesta região divisora são os muito perigosos, com variados mecanismos de ação e riscos potenciais aos organismos vivos. Isto sugere a necessidade de definição de políticas específicas e ações cuidadosas para evitar desastres ambientais nesta região.

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