Saúde e Sociedade (Jun 2015)

Regionalização da saúde no Brasil: uma perspectiva de análise

  • Ligia Schiavon Duarte,
  • Umberto Catarino Pessoto,
  • Raul Borges Guimarães,
  • Luiza Sterman Heimann,
  • José da Rocha Carvalheiro,
  • Carlos Tato Cortizo,
  • Eduardo Augusto Werneck Ribeiro

DOI
https://doi.org/10.1590/S0104-12902015000200007
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 2
pp. 472 – 485

Abstract

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Este artigo visa a contribuir com o debate sobre a política de regionalização do SUS e a constituição das regiões de saúde no Brasil. Compreendê-las pressupõe reconhecer a dicotomia entre saúde coletiva e saúde individual - que marca a história da saúde pública brasileira - e identificar as diferentes racionalidades que conduzem esse processo. Tais racionalidades permitem não apenas considerar o legado da municipalização no atual processo de regionalização, como também estabelecer nexos entre dois campos do conhecimento fundamentais para o debate, a epidemiologia e a geografia. A epidemiologia clínica, ao privilegiar a saúde individual, fundamenta um modelo assistencial que prioriza a otimização de recursos. O reconhecimento da saúde no seu conceito ampliado, na epidemiologia social, fundamenta um modelo de atenção voltado para os determinantes sociais. Com a geografia, podem-se formular regiões funcionais, baseadas na teoria de Christaller, ou regiões lablachianas, que reconhecem a estrutura social loco/regional, possibilitando a intervenção nos determinantes ou condicionantes da maneira de adoecer e morrer das populações.

Keywords