Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ALELOS VARIANTES DO GENE RHD: UM DESAFIO PARA OS BANCOS DE SANGUE BRASILEIROS

  • LBMO Chagas,
  • TB Cuter,
  • FLS Santos,
  • CM Ribeiro,
  • APRD Zanelli,
  • RT Calado,
  • DT Covas,
  • L Castilho,
  • S Kashima,
  • ES Rodrigues

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S871 – S872

Abstract

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Introdução: Um dos desafios dos bancos de sangue e hospitais é fornecer unidades de hemácias compatíveis, especialmente para os pacientes com hemoglobinopatias ou outros distúrbios que necessitam de transfusões de sangue regulares. A ocorrência de falhas na identificação dos antígenos eritrocitários, como por exemplo de variantes do antígeno RhD pode comprometer a segurança transfusional, aumentar o risco de aloimunização de receptores D-negativos e dificultar o gerenciamento dos estoques de bolsas D-negativas. Neste sentido, a genotipagem do gene RHD com intuito de caracterizar os alelos variantes tem sido recomendada em complemento às técnicas sorológicas. No entanto, apesar das recomendações, a genotipagem para identificação de variantes de grupos sanguíneos ainda é escassa e limitada a poucos bancos de sangue especializados. Outro ponto relevante, é a falta de conhecimento sobre a frequência e distribuição de alelos RHD variantes, principalmente em regiões com grande diversidade étnica como no Brasil. Objetivo: Este trabalho realizou um estudo comparativo sobre a distribuição dos alelos RHD variantes no Brasil. MÉTODOS: Uma caracterização molecular das variantes RhD foi realizada em doadores de sangue do sudeste do Brasil com tipagem RhD atípica e comparada com achados científicos de outras regiões brasileiras. Resultados: A maioria das amostras de doadores de sangue de nossa região foram caracterizadas como RHD*fraco/parcial tipo 4 utilizando PCR-AS. Nossos resultados corroboram os dados de outros autores sobre a distribuição de alelos RHD variantes no Estado de São Paulo. De fato, o alelo RHD* Fraco/parcial tipo 4 se mostra mais prevalente em São Paulo, quando comparado com o Paraná e Minas Gerais. Segundo os dados da literatura, no Estado de São Paulo existe uma predominância do alelo RHD*DAR1.2 (RHD* Fraco tipo 4.2.2 ) , com aproximadamente 30% dos casos, seguida por RHD*DAR3 (RHD* Fraco tipo 4.0 ) representando 20% dos casos com suspeita de alelo RHD variante. Em contrapartida, para a região de Minas Gerais, a maioria das amostras são caracterizadas como RHD* Fraco tipo 2 e para o Sul do Brasil existe uma maior prevalência do alelo RHD* Fraco tipo 1 . Os dados bibliográficos referente aos últimos 10 anos revelam que não houve uma variação significativa na frequência do alelo RHD* Fraco/parcial tipo 4 no estado de São Paulo. No entanto, para outras regiões brasileiras não é possível fazer esta análise comparativa, devido à ausência ou escassez de dados referentes a essas regiões. Conclusão: Este trabalho reforça a necessidade de estudos investigativos sobre a distribuição de alelos RHD variantes em populações com forte miscigenação como as diferentes regiões brasileiras. O conhecimento sobre a frequência de alelos RHD variantes permitirá o desenvolvimento de métodos moleculares apropriados para cada região do país. Apoio financeiro: FUNDHERP, CNPq Universal (422118/2016-8), CTC (2013/08135-2), INCTC (465539/2014-9), FAPESP (2017/26950-6).