Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À CARDIOTOXICIDADE OCASIONADA PELO TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO NO TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS

  • DR Leal,
  • J Simon,
  • IK Costa,
  • EV Pinto,
  • KK Lima,
  • OUM Pereira,
  • TS Silva

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S550

Abstract

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Introdução: A cardiotoxicidade pode ser um evento adverso preocupante no contexto da assistência do paciente submetido ao Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH). O efeito cumulativo ocasionado pelo tratamento quimioterápico prévio com antraciclinas e agentes alquilantes em altas doses e outras drogas que podem causar danos aos cardiomiócitos ou ao sistema de condução elétrica. As cardiotoxicidades apresentadas pelos pacientes incluem: pericardite, miocardite, Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), angina, infarto do miocárdio, choque cardiogênico e até mesmo parada cardiorespiratória. Objetivo: Descrever os cuidados de enfermagem, diante do uso em pacientes submetidos ao TCTH. Método: Revisão bibliográfica a partir de publicações nacionais e internacionais. Foram identificados 20 artigos dos últimos 8 anos, disponíveis na íntegra, indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): SCIELO, com os seguintes descritores: “Cardiotoxicidade”; “Oncologia”; “Quimioterápicos”; “Trasplante de células- tronco hematopoéticas”. Discussão: De acordo com estudos, constata-se o elevado risco de cardiotoxicidade em pacientes tratados com antraciclinas, diante de um diagnóstico prévio de cardiopatia. Foram constatados 220 genes envolvidos em absorção, distribuição, metabolismo e eliminação de antraciclina, identificando em crianças o polimorfismo de nucleotídeo único no gene SLC28A3 como possível biomarcador preditivo de ICC induzida por antraciclinas. A avaliação dos riscos cardíacos antes do TCTH, bem como a monitoração contínua dos exames de função cardíaca durante o condicionamento e pós-TCTH, são estratégias encontradas na literatura para reduzir o impacto de complicações cardíacas causadas durante o tratamento. A avaliação pré-TCTH inclui exames como eletrocardiograma, ecocardiograma, tomografia torácica, teste de caminhada, espirometria e exames laboratoriais. Monitorização dos biomarcadores como troponina e Peptídeo Natriurético tipo-B (BNP) durante o tratamento pode detectar precocemente pacientes com alto risco de desenvolver uma insuficiência cardíaca. O enfermeiro onco-hematológico deve ter conhecimento necessário para monitorar este paciente por meio do exame físico diário, acompanhamento dos exames clínicos e laboratoriais, avaliando de forma global durante todo o processo do TCTH. Deve elaborar e revisar diariamente o plano de cuidado e orientar a equipe de enfermagem sob sua supervisão. Conclusão: O estudo enfatiza a importância da atuação do enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar do TCTH, cabendo a esse profissional implementar os cuidados de enfermagem frente às possíveis alterações cardiológicas na prática assistencial.