Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Dec 2008)

Betametasona e extrato aquoso de Arctium lappa no tratamento da angiostrongilíase Betamethasone and aqueous extract of Arctium lappa for treating angiostrongyliasis

  • Camila Argenta Fante,
  • Solange Dieterish,
  • Rubens Rodriguez

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86822008000600018
Journal volume & issue
Vol. 41, no. 6
pp. 654 – 657

Abstract

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Angiostrongylus costaricensis é um parasita que causa angiostrongilíase abdominal em humanos, seu tratamento inclui o uso de antiinflamatórios apesar da falta de estudos que justifiquem esta conduta. O objetivo deste artigo é avaliar o efeito da betametasona e da Arctium lappa na evolução de lesões intestinais induzidas pelo parasita. Utilizou-se camundongos Swiss, machos, adultos, distribuídos em 4 grupos: infectados tratados com betametasona; com Arctium lappa; não tratados e grupo controle. Os tratamentos iniciaram no 15º dia de infecção e permaneceram por 15 dias. Infiltrado eosinofílico e granuloma foram avaliados (1-leve; 2-moderado; 3-severo). A betametasona permitiu a evolução das lesões para formas mais graves, enquanto o extrato não interferiu na progressão da patologia. As substâncias empregadas não mostraram eficácia na proteção das lesões induzidas pelo Angiostrongylus costaricensis em camundongos. Estes achados desmotivam o uso de betametasona e Arctium lappa em humanos acometidos por angiostrongilíase abdominal.Angiostrongylus costaricensis is a parasite that causes abdominal angiostrongyliasis in humans. The treatment for it includes the use of anti-inflammatory drugs, despite the lack of studies to justify this approach. The objective of this paper was to evaluate the effect of betamethasone and Arctium lappa on the evolution of intestinal lesions induced by this parasite. Adult male Swiss mice were used, distributed into four groups: infected and treated with betamethasone; infected and treated with Arctium lappa; infected and not treated; and control group. The treatments were started on the 15th day after infection and continued for 15 days. The presence of eosinophilic infiltration and granuloma was evaluated (1-mild; 2-moderate; 3-severe). Betamethasone allowed the lesions to evolve into more severe forms, while the extract did not interfere with disease progression. The substances applied were ineffective for protection against the lesions induced by Angiostrongylus costaricensis in mice. These findings discourage the use of betamethasone and Arctium lappa for humans affected by abdominal angiostrongyliasis.

Keywords