Cadernos de Saúde Pública (Oct 1998)

Health care utilization and survival among patients with AIDS in Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil Utilização de cuidados de saúde e sobrevida entre pacientes com AIDS em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

  • Francisco de Assis Acurcio,
  • Cibele Comini Cesar,
  • Mark Drew Crosland Guimarães

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X1998000400023
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 4
pp. 811 – 820

Abstract

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A historical cohort study was conducted in three public AIDS referral services in Belo Horizonte, Minas Gerais, to assess the relationship between health care utilization and patient survival following AIDS diagnosis. A review of medical and laboratory records was performed for HIV-infected patients seeking care for the first time in 1989-92. Among 291 patients initially categorized as "A" [asymptomatic, acute HIV, or persistent generalized lymphadenopathy-PGL] or "B" [symptomatic, non-"A", or AIDS-indicator conditions] (CDC, 1992) and who progressed to AIDS, 57.0% died. Mortality rate was 34.9/1.000 person-months. Overall median survival time following AIDS diagnosis was 14.3 months. Multivariate analysis showed that lack of AZT use (RR = 1.87; 95% CI = 1.34-2.61), advanced initial staging (RR = 1.68; 95% CI = 1.20-2.35), 9 or more inpatient days (RR = 1.55; 95% CI = 1.11-2.17), and intervals between outpatient visits longer than 6 months (RR = 0.30; 95% CI = 0.16-0.56) were associated with death. The analysis suggests that: Patients who used health services more often had poorer prognosis; Patients who received AZT survived longer than those who did not; and Variables used to assess health care utilization actually express the end of a process involving seeking and obtaining care.Para analisar a relação entre utilização de cuidados de saúde e sobrevida de pacientes com AIDS foram revisados registros médicos de pacientes soropositivos admitidos nos serviços de referência para AIDS em Belo Horizonte/MG, entre 1989-92. Dos 291 pacientes que evoluíram para AIDS, 57,0% faleceram. O coeficiente de mortalidade foi de 34,9/1.000 pessoas-mês. A mediana do tempo de sobrevida global foi de 14,3 meses. A análise multivariada mostrou que indivíduos que não utilizaram AZT (RR = 1,87; IC 95% = 1,34-2,61), que foram classificados como estadiamento inicial "B" [sintomáticos, não AIDS] (RR = 1,68; IC 95% = 1,20-2,35) e que tiveram nove ou mais dias de internação hopitalar (RR = 1,55; IC 95% = 1,11-2,17) apresentaram maior risco de evoluírem para óbito. Já indivíduos que registraram pelo menos um intervalo maior de seis meses entre consultas (RR = 0,30; IC 95% = 0,16-0,56) apresentaram menor risco de evoluirem para óbito. Os resultados sugerem: Indivíduos com piores resultados na saúde tendem a utilizar mais os serviços e os mais complexos; Pessoas que utilizaram AZT sobreviveram mais tempo; Os marcadores de utilização adotados expressam o final de um processo de busca e obtenção da atenção.

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