Ecos do Minho (Jul 2024)

Referenciação Hospitalar em Idade Pediátrica - o olhar dos cuidados de saúde primários

  • Vieira B,
  • Máximo J,
  • Vasques S

Journal volume & issue
Vol. 19, no. 1
pp. 29 – 40

Abstract

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Introdução: A referenciação hospitalar, cumprindo critérios bem estabelecidos e seguindo parâmetros de qualidade, permite uma melhor gestão de recursos humanos e económicos. O nosso objetivo foi caraterizar a referenciação à consulta hospitalar em idade pediátrica de uma Unidade de Saúde Familiar pertencente ao Agrupamento de Centros de Saúde do Grande Porto III, durante o ano de 2019. Material e métodos: Estudo retrospetivo e descritivo que incluiu indivíduos em idade pediátrica, que frequentaram as consultas de Saúde Infantil e Juvenil desta Unidade de Saúde Familiar, durante o ano de 2019 e que foram referenciados a consulta hospitalar via AlertP1®. Resultados: A taxa de referenciação global foi de 11,1%, 40,3% no grupo etário com idade superior a nove anos. As consultas hospitalares mais solicitadas foram as das áreas cirúrgicas/médico--cirúrgicas. 88,9% foram motivadas por patologias do foro somático (vs 11,1% do foro do desenvolvimento). Verificou-se uma associação estatisticamente significativa entre entidade de quem partiu a iniciativa para a necessidade de referenciação e motivo da referenciação, sendo as patologias do desenvolvimento/comportamento maioritariamente sinalizadas pela Escola/Infantário. Quanto à qualidade das referenciações, a maioria foi classificada como “Aceitável”, com uma correlação positiva entre anos de prática clínica e má qualidade das referenciações. Verificamos que mais de 50% das consultas não respeitaram os 120 dias admitidos para uma referenciação de prioridade normal fixados pela portaria que regula a “Consulta a Tempo e Horas”. Conclusão: A nossa taxa de referenciação foi superior à observada por outros autores, com 5,2% dos pedidos a serem recusados.

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