Revista Brasileira de Ortopedia (Oct 2008)
Avaliação de método para reconstrução acetabular com uso de enxerto ósseo homólogo e implante cimentado Evaluation of a method of acetabular reconstruction using homologous bone graft and cemented implant
Abstract
OBJETIVO: Avaliar clínica e radiograficamente 43 quadris em 43 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico, para reconstrução acetabular do quadril pós-afrouxamento asséptico do implante, utilizando classificação idealizada e adotada no Serviço de Cirurgia do Quadril do Pronto Socorro de Fraturas de Passo Fundo/RS (método dos 75mm). MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo com 88 pacientes (90 quadris) submetidos a tratamento cirúrgico de reconstrução acetabular após afrouxamento asséptico do implante, entre agosto de 1994 e outubro de 2000. Desses pacientes, 43 (43 quadris) preencheram todos os requisitos necessários para este trabalho. Foi considerada falha da reconstrução devido a afrouxamento, a migração do implante maior do que 5mm em qualquer direção, ou a progressão de linhas de radioluscência maior do que 2mm de largura nas zonas delimitadas por DeLee e Charnley, em associação com o critério clínico de dor. RESULTADOS: Do total de pacientes avaliados, 29 casos (67,4%) foram submetidos à reconstrução acetabular com enxerto picado tipo "crouton" (1cm³); os 14 casos (32,6%) restantes foram submetidos à reconstrução acetabular com enxerto em bloco. A classificação clínica pós-operatória, de acordo com os critérios de D'Aubignè et al modificados por Charnley, considerou os resultados pós-operatórios obtidos como: 83,7% satisfatórios e 16,3% insatisfatórios, com seguimento mínimo de seis anos. De acordo com os critérios estabelecidos, sete pacientes (16,3%) apresentaram falhas de reconstrução devido a afrouxamento: seis com enxerto picado (20,7% das 29 enxertias com osso picado) e uma com enxerto em bloco (7,1% dos 14 blocos). As falhas ocorreram, em média, aos 7,25 anos. CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos, utilizando, como critério de indicação da técnica cirúrgica a adotar, a mensuração da cavidade acetabular pré-operatória (maior ou menor do que 75mm), conclui-se que o método apresentou alto índice de sobrevida da reconstrução acetabular e resultados clínicos satisfatórios em seguimento médio de 8,3 anos. Constatou-se maior sobrevida nos casos que foram realizados utilizando blocos ósseos, apesar de a cavidade ser de maior dimensão.OBJECTIVE: To make a clinical and radiographic evaluation of 43 hips in 43 patients submitted to surgical treatment for acetabular reconstruction of the hip after aseptic loosening of the implant, using the classification developed and adopted by the Hip Surgery Service of the Fracture Emergency Unit in Passo Fundo, State of Rio Grande do Sul (Method of the 75 mm). METHODS: A retrospective study was performed with 88 patients (90 hips) submitted to surgical treatment for acetabular reconstruction after aseptic loosening of the implant, from August 1994 to October 2000. Out of those patients, 43 (43 hips) met all inclusion requirements for this study. Migration of an implant longer than 5 mm in any direction, or the progression of radiolucent lines of more than 2 mm in width in the zones limited by DeLee and Charnley, combined with pain were considered a failed reconstruction due to loosening. RESULTS: From the total number of patients evaluated, 29 cases (67.4%) were submitted to acetabular reconstruction with "crouton" plicated graft (1 cm³); the other 14 cases (32.6%) were submitted to acetabular reconstruction with block graft. The post-operative clinical classification according to the criteria of D'Aubignè et al modified by Charnley, considered the results achieved as follows: 83.7% satisfactory, and 16.3% unsatisfactory, with a minimum follow-up of six years. According to the criteria established, seven patients (16.3%) presented reconstruction failure due to loosening: six with the plicated graft (20.7% of the 29 grafts with plicated bone) and one with block graft (7.1% of the 14 block grafts). On the average, the failures occurred at 7.25 years. CONCLUSION: Based on the results achieved and using the measurement of the pre-operative acetabular cavity (bigger or smaller than 75 mm) as the criterion of indication of the surgical technique to be adopted, the authors conclude that the method had a high rate of survival of the acetabular reconstruction and satisfactory clinical results in 8.3 years of mean follow up. A longer survival was observed in the cases in which bone blocks were used despite the cavity being bigger.
Keywords