Monções (Mar 2014)
O conselho de defesa sul-americano da UNASUL e a Política Externa brasileira: há espaço para “hegemonia consensual” do Brasil?
Abstract
A Política Externa brasileira do governo Rousseff para a América do Sul, em relação ao governo Lula, é marcada por algumas mudanças; no entanto o objetivo da projeção da liderança do Brasil na região mantém-se e relaciona-se com a eficiência brasileira em disseminar ideias nos mecanismos de integração regionais, como o Conselho de Defesa Sul-americano da UNASUL. O artigo analisa o conceito de hegemonia gramsciana, que enfatiza a importância das ideias, e aplica-as à atuação e ao exercício da liderança ideológica do Brasil na América do Sul e no Conselho. Como resultado dessa análise, observa-se que o Brasil exerce uma “hegemonia consensual” em função do seu perfil de liderança, que envolve, essencialmente, a difusão de suas ideias e o predomínio de meios de negociação não impositivos e não coercitivos, diferentemente de uma perspectiva neorrealista das Relações Internacionais.