Revista Organizações em Contexto (Jun 2006)
A crescente expansão das cooperativas de serviço no Brasil
Abstract
Assistimos hoje as transformações importantes no mundo do trabalho. Novas formas de organização aparecem e a natureza se modifica. O desaparecimento de empregos permanentes e, simultaneamente, aparecem novas tecnologias e formas inovadoras de trabalho. Ao mesmo tempo em que milhares de pessoas sofrem pela falta de uma vaga, outras sofrem pelo fato de terem que trabalhar excessivamente. Uma das faces mais visíveis da crise recente foi o incremento observado na taxa de desemprego e informalidade, tema que domina o debate social brasileiro nos últimos anos. Nesse processo de transformações, as formas de trabalho surgem e mudam rapidamente. Convivem desde o trabalho mais simples, como o que exige unicamente o esforço físico, manual, até o trabalho mais complexo que utiliza energia cerebral, conhecimentos como a programação ou cálculos matemáticos. O lugar onde se realiza o trabalho também se transforma, funções surgem e desaparecem com velocidade, muitas vezes, não gerando nenhuma identidade profissional. O movimento cooperativista de serviço, diante deste cenário, representa um modelo de comportamento alternativo entre o mercado e os trabalhadores, trazendo a estes por meio da cooperativa o seu instrumento jurídico de viabilização eficiente do serviço, principalmente eliminando a intermediação. Isso permite a distribuição de maior renda ao trabalhador, uma vez que o excedente antes apropriado pela intermediação, agora é redistribuído entre os cooperados associados, efetivamente os executores do trabalho.