Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Jan 2023)

Desenvolvimento e implementação de um plano de ação voltado à assistência farmacêutica no âmbito hospitalar do SUS

  • Emanuel Fabiano Martins Avelino,
  • Karen Milena Duarte de Araujo,
  • Jéssica Escorel Chaves Cavalcanti,
  • Lívia Maria de Azevedo

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2022.v1.s1.p.15
Journal volume & issue
Vol. 7, no. s.1

Abstract

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Introdução: Nos últimos anos, os serviços de saúde de todo o mundo enfrentam mudanças de paradigma referentes ao processo do cuidar. Esse cenário demanda a elaboração de estratégias que proporcionem a redefinição dos processos de trabalho de forma a minimizar as falhas assistenciais que possam gerar impactos à sociedade. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de um plano de ação baseado em um checklist próprio, no intuito de melhorar a qualidade do serviço hospitalar para a sociedade. Métodos: O trabalho realizou-se em duas etapas: a primeira correspondeu à aplicação do checklist próprio elaborado pela instância de assistência farmacêutica (AF) da secretaria de saúde estadual, por meio de visita técnica aos serviços de saúde no âmbito hospitalar, com a intenção de identificar os indicadores que estavam de acordo com os quatro eixos do ciclo da AF. A segunda etapa consistiu no desenvolvimento e implementação do plano de ação, por meio da ferramenta de qualidade 5W2H, em conjunto com o núcleo dirigente e equipe multidisciplinar do serviço. Logo, no plano de ação foram descritas estratégias para mitigar e/ou sanar problemas evidenciados pelo checklist. Após essa prática, o monitoramento das ações tornou-se necessário para melhor avaliação da execução do plano. Resultados: Conforme observações apontadas pelo checklist, pôde-se destacar alguns indicadores que representam pontos críticos, como processos de trabalhos não instituídos; uso inadequado do sistema de gestão hospitalar; ausência da padronização interna de medicamentos e insumos; inexistência de identificação dos medicamentos de alta vigilância (MAV), uso incompleto dos sistemas de gestão de estoque; ausência dos valores de consumo médio mensal e de saídas diárias por setor (maior controle dos medicamentos e insumos); existência de estoques de medicamentos e insumos nos postos clínicos setoriais (controle e monitoramento inadequado ou por vezes inexistente); instituição de práticas seguras na prescrição, dispensação, uso e administração de medicamentos; e ausência de capacitação permanente em saúde. Nesse sentido, o desenvolvimento do plano de ação foi realizado de maneira satisfatória. Contudo, a implementação ocorreu mediante dificuldade de aceitação às mudanças por parte dos profissionais de saúde, embora as ações não envolvessem custos ou aparato tecnológico. Contudo, com o monitoramento percebeu-se a execução e a implementação de algumas estratégias, como identificação dos MAV, controle da dispensação de insumos para postos clínicos e prática segura para dispensação de medicamentos. Conclusão: Diante do exposto, observou-se que a interação da instância de AF no intermédio de matriciar e promover a implementação destes processos de articulação, com seus gestores e equipe multidisciplinar, faz-se necessária para a instituição da cultura organizacional e de planejamento, buscando uma melhoria na qualidade do serviço.