Novos Estudos CEBRAP (Mar 2008)
A técnica como capital e o capital humano genético
Abstract
A partir da proposta de Theodore W. Schultz, fundador da teoria do capital humano, de considerar a mudança tecnológica como uma forma de capital para os fins da análise econômica, propomos estudar as implicações lógicas de uma formulação que, na atualidade, estaria abrindo espaço para pensar o humano como uma forma de capital - e até mesmo antes de o ser humano nascer. Para isso, recorremos às reflexões de Michel Foucault feitas no seu curso Nascimento da biopolítica - recentemente publicado -, no qual chamará a atenção para o que vai designar como "o problema político da genética". Refletimos, assim, sobre as implicações sociais e econômicas da informação genética quando o objeto de estudo da economia é estendido e passa a abarcar não só certos atributos humanos, considerados agora uma forma de capital, mas também o próprio progresso técnico.The paper discusses the logical implications of thinking the technological change as a form of capital, as suggested by T. W. Schultz for the aims of economical analysis. We argue that proposals like this, made by the founder of the human capital theory, are currently opening space to think the human as a form of capital - even before the birth of a human being. We consider what Michel Foucault called "the political problem of genetics" in his The Birth of Biopolitics, and reflect about the social and economical implications of genetic information, in particular, when the object of study of economics is extended not just to some human attributes, now considered as a form of capital, but also to technical progress itself.
Keywords