Acta Botânica Brasílica (Sep 2009)

Fisiologia pós-colheita de frutos da palmeira Mauritia vinifera Mart. (Arecaceae) Postharvest physiology of Mauritia vinifera Mart. (Arecaceae) palm fruits

  • Paulo Santelli,
  • Maria Elisa Ribeiro Calbo,
  • Adonai Gimenez Calbo

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-33062009000300008
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 3
pp. 697 – 702

Abstract

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Alterações pós-colheita no amadurecimento dos frutos de Mauritia vinifera (buriti), colhidos com coloração marrom clara, foram estudadas acompanhando-se: massa, volumes gasosos intercelulares, concentração de CO2 e O2 na atmosfera interna, firmeza e as evoluções de CO2 e etileno, tanto a 25 ºC quanto sob baixa temperatura (8 ºC). Os frutos apresentaram injúria de resfriamento quando armazenados a 8 ºC e não amadureceram ao serem retornados para 25 ºC. Sob umidade elevada, baixa transpiração, a conservação do buriti triplicou em comparação com os frutos armazenados em ambiente menos úmido (65 a 85%). A casca resistente destes frutos perde a firmeza e o arranjo compacto das escamas e torna-se mais frágil e mais permeável a gases durante o amadurecimento ou quando armazenados sob temperatura que causa injuria de resfriamento. Os frutos de buriti contém apenas cerca de 1% volume gasoso intercelular, o que é indicativo de susceptibilidade à injúria de impacto, mediante descolamento de escamas. No amadurecimento a polpa torna-se macia, conforme leitura de penetrômetro, diminuindo a resistência ao transporte dos frutos, que passam a ser facilmente amassados. Estes frutos apresentaram comportamento climatérico típico e o pico de evolução de CO2 ocorreu dois dias após o pico do etileno. As curvas de concentração interna de CO2 e de O2 no buriti foram diferentes de outros frutos previamente estudados pelo fato de sofrerem uma grande redução da resistência difusiva da casca, causada pela formação das aberturas entre as escamas durante o amadurecimento.We studied postharvest ripening changes in Mauritia vinifera Mart. fruits, known as "buriti", harvested at a mature light-brown color stage, from palms on the Brazilian Central Plateau, as follows: weight loss, internal gaseous volume, internal CO2 and O2 concentration, firmness and CO2 and ethylene evolution, at room temperature (25ºC) and at low temperature (8 ºC). M. vinifera fruits suffered chilling injury when stored at 8 ºC and the damaged fruits failed to ripen upon return to 25ºC storage. Subjected to low water loss in high humidity chambers M. vinifera fruit-storage life tripled when compared to less humid storage environment (65 to 85%), also at 25 ºC. The hard M. vinifera fruit peel became more gas permeable as it loses firmness and tight scale arrangement during ripening and also during storage at stressful chilled temperatures. Intercellular gaseous volume was low in M. vinifera fruits, a fact that may increase susceptibility to impact injury caused by a tendency of the hard peel scales to split or unglue. As it ripens the fruit pulp became soft, as recorded by a penetrometer, thus reducing transport resistance, the fruit becoming susceptible to even modest compression. M. vinifera had typical climacteric ripening behavior with the CO2 peak occurring two days after the ethylene peak. The internal CO2 and O2 curves were different from those of previously described fruits because there was a great reduction in peel diffusion resistance caused by the formation of openings between the hard peel scales during ripening.

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