Reproductive Health (Aug 2019)

Contraceptive discontinuation: frequency and associated factors among undergraduate women in Brazil

  • Christiane Borges do Nascimento Chofakian,
  • Caroline Moreau,
  • Ana Luiza Vilela Borges,
  • Osmara Alves dos Santos

DOI
https://doi.org/10.1186/s12978-019-0783-9
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 1
pp. 1 – 12

Abstract

Read online

Resumo Introdução No Brasil, as altas taxas de prevalência de métodos contraceptivos coexistem com as altas taxas de gravidezes não desejadas. A descontinuidade dos métodos contraceptivos pode explicar esse contexto; entretanto, poucos estudos focam mulheres jovens com alto nível educacional, em países que apresentam baixo número de mulheres com necessidade insatisfeita por métodos contraceptivos modernos. Desse modo, o presente estudo explora a frequência e os fatores associados das descontinuidades contraceptivas entre estudantes universitárias no Brasil, em um período de 12 meses. Métodos Estudo de coorte retrospectivo realizado com uma amostra probabilística de 1679 graduandas da Universidade de São Paulo, Brasil. Os dados foram coletados online usando um calendário contraceptivo. Para examinar os fatores relacionados à descontinuidade mensal das pílulas orais e dos preservativos masculinos foram utilizados os modelos de Equações de Estimação Generalizadas. Resultados No total, 19% das usuárias da pílula oral e 48% das usuárias do preservativo masculino descontinuaram o método por razões relacionadas ao método em um período de 12 meses, e 18% das usuárias da pílula oral e 15% das usuárias do preservativo masculino abandonaram ou mudaram para um método menos eficaz. As mulheres que tinham relacionamentos casuais tiveram mais chance de descontinuar a pílula oral (OR = 1,4 [1, 8]) e o preservativo masculino (OR = 1,3 [1,0–1,7]), e tiveram mais chance de mudar a pílula oral para um método menos eficaz ou para nenhum método (OR = 1,4 [1, 7]). Outros determinantes foram específicos do tipo do método contraceptivo. As mulheres de nível socioeconômico mais baixo ou que tiveram múltiplos parceiros sexuais durante a vida tiveram uma maior probabilidade de descontinuar ou abandonar a pílula oral; todavia, as mulheres que tinham mais experiências sexuais foram menos propensas a descontinuar o preservativo masculino. Conclusão A frequente descontinuidade contraceptiva no Brasil chama atenção para as dificuldades que as mulheres enfrentam quando usam métodos de curta duração. A descontinuidade contraceptiva foi associada ao tipo de parceiro e à experiência sexual, destacando a necessidade de mudanças contraceptivas entre mulheres que estão nos estágios iniciais de suas carreiras profissionais.

Keywords