Boletim de Pesquisa NELIC (Mar 2018)
Muitas rosas e um enigma a partir de “O Relógio do Rosário”
Abstract
Nosso trabalho busca reler algumas tópicas tradicionais da crítica que se voltou para Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade, retomadas a partir de seu último poema, “O Relógio do Rosário”. Buscamos observar o quanto o poema em questão parece articular alguns dos mesmos elementos que se tornaram centrais para contextos muito célebres de leitura da obra drummondiana (tais como a contraposição entre as imagens da rosa presentes em A rosa do povo e em Claro enigma ou as mais diversas implicações do encontro aporético com “A máquina do mundo”), oferecendo, porém, um desfecho sutilmente diferente para alguns de seus impasses. “Relógio do Rosário” se colocaria assim como um poema que nos permitiria reconfigurar uma leitura tradicional de Drummond, uma espécie de ponto de inflexão que nos possibilitará reabrir algumas conclusões tradicionais da crítica drummondiana.