Revista Portuguesa de Farmacoterapia (Dec 2012)
MONITORING AMPHOTERICIN B AND FLUCONAZOLE CONCENTRATIONS IN THE PLASMA AND CEREBROSPINAL FLUID OF PATIENTS WITH CRYPTOCOCCAL MENINGITIS
Abstract
Objetivos: Através de estudo comparativo em pacientes HIV positivo com meningite criptocócica, investigar se a anfotericina B (AmB) e o fluconazol atravessam a barreira hematoencefálica de forma semelhante, com base na razão entre a concentração dos fármacos no líquor e no plasma. Métodos: Vinte e um pacientes, de ambos os sexos, com idades entre os 28 e os 55 anos, foram incluídos neste protocolo clínico aberto e prospetivo; todos apresentaram meningite criptocócica e HIV positivo (CD4 50-200) e foram submetidos ao tratamento com AmB (1 mg/kg, uma vez ao dia, infusão de quatro horas; por seis a dez semanas) e fluconazol (400 mg, 12/12 hs.; até crescimento fúngico negativo no líquor). Todos os pacientes foram informados em detalhe sobre os procedimentos a realizar no hospital, incluindo a coleta de sangue e líquor, se necessário. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética do hospital. O plasma foi obtido através de centrifugação do sangue a 2800 g por 30 min.; para o alívio dos sintomas decorrentes da hipertensão intracraniana, as amostras do líquor foram coletadas pelo médico responsável. A concentração dos antifúngicos foi determinada através de CLAE. Resultados: As concentrações médias da AmB e do fluconazol no plasma (P) e no líquor (L) foram, respetivamente, 2,30:0,3 μg/mL e 31,7:19,4 μg/mL (P:F). A travessia através da barreira hematoencefálica foi estimada pela razão líquor/plasma e os resultados obtidos no estudo foram 0,20 (AmB) versus 0,67 (fluconazol). Conclusões: Comparado ao fluconazol, a formulação convencional de AmB não atingiu concentrações adequadas no líquor; desta forma, o fluconazol em regime de alta dose contribuiu para o desfecho dos pacientes com HIV e meningite criptocócica tratados com esses dois antifúngicos.
Keywords
