Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Nov 2008)

Análise do acolhimento de crianças e adolescentes para o planejamento das ações do PSF

  • Cláudia Regina Lindgren Alves,
  • Jaciara Lagazeta Garcia,
  • Carmen Cadete Gomes Silveira,
  • Gustavo Vieira Rodrigues Maciel

DOI
https://doi.org/10.5712/rbmfc3(12)361
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 12

Abstract

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O atendimento à demanda não-programada (acolhimento) é hoje um dos mais importantes desafios da atenção básica. Dimensioná-lo representa um dos pontos de partida para a organização do trabalho das equipes de saúde da família (ESF). Este estudo teve por objetivo analisar a demanda não-programada de crianças e adolescentes de uma das ESF do Centro de Saúde São Marcos (CSSM), visando ao planejamento de ações. O acolhimento no CSSM, localizado na região nordeste de Belo Horizonte, é realizado pela ESF durante todo o dia. Foram analisados os registros do atendimento à demanda não-programada em um determinado horário do dia, reservado para este fim, no período de outubro de 2005 a setembro de 2006. A amostra foi composta por 30% dos cerca de cinco mil atendimentos realizados, sorteados aleatoriamente. O banco de dados foi analisado no Epi-Info. Foram analisados 1602 atendimentos, dos quais 627 (39,2%) eram menores de 20 anos de idade. Cerca de 24% eram crianças menores de dois anos e 26% eram adolescentes. Os pacientes com queixas agudas corresponderam a 80,4% dos atendimentos em toda faixa pediátrica. Pouco mais da metade das crianças eram do sexo feminino. Cerca de 100 crianças (16,9%) procuraram o acolhimento para agendar consultas e/ou mostrar exames. Dessas, 12% eram pacientes de puericultura e 5% eram portadores de problemas respiratórios crônicos, como asma. Quatro adolescentes procuraram o acolhimento para fazer o pré-natal. O pequeno percentual de crianças menores de dois anos no acolhimento sugere que o fluxo de pacientes no controle/ puericultura mensal tem sido eficaz. O mesmo pode ser dito das crianças inscritas no programa Criança que Chia. No entanto, o grande percentual de crianças até 10 anos com queixas agudas requer planejamento da agenda para atendê-las o mais rapidamente possível. Com base nesses resultados, pretende-se reorganizar as agendas e rever as atribuições dos profissionais da equipe, propondo alternativas de atenção ao usuário dessa faixa etária

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