Revista Portuguesa de Farmacoterapia (Nov 2020)

Preparações Vaginais: Ontem, Hoje e Amanhã

  • Armanda do Carmo Ferreira Abreu de Sousa Correia,
  • Ana Catarina Silva,
  • José Manuel Sousa Lobo

DOI
https://doi.org/10.25756/rpf.v12i3.249
Journal volume & issue
Vol. 12, no. 3

Abstract

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As preparações farmacêuticas para aplicação vaginal são usadas desde a Antiguidade para tratar afeções vaginais. A atuação local de fármacos administrados na vagina promove a eficácia dos tratamentos e diminui possíveis efeitos tóxicos. Além disso, algumas moléculas pequenas e lipófilas conseguem permear a parede vaginal, sendo absorvidas para a corrente circulatória. A possibilidade de absorção sistémica através da vagina destaca-a como uma alternativa à via oral, com vantagens como o facto de evitar a primeira passagem hepática e os efeitos adversos gastrintestinais que se verificam com alguns fármacos. As formas farmacêuticas de libertação modificada permitem melhorar alguns aspetos da farmacocinética dos fármacos e tornam as administrações menos frequentes, o que promove a adesão à terapêutica e, consequentemente, a eficácia. As estratégias de libertação modificada para a via vaginal incluem sistemas de libertação, como anéis ou películas vaginais, sistemas mucoadesivos e nanossistemas. Novas possibilidades terapêuticas adequadas a esta via têm surgido, das quais se destacam a administração de microbicidas para prevenção da transmissão do virus da imunodeficiência humana e a administração de biofármacos, incluindo vacinas e anticorpos monoclonais com propriedades espermicidas, antivíricas e antifúngicas.

Keywords