Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Aug 2012)

Efeito dos resíduos de café seco e fermentado por Monascus ruber no metabolismo de camundongos Apo E Effect of dry coffee residues fermented with Monascus ruber on the metabolism of Apo E mice

  • Larissa Froede Brito,
  • Lívia Dias de Queirós,
  • Maria do Carmo Gouveia Peluzio,
  • Sônia Machado Rocha Ribeiro,
  • Sérgio Luis Pinto da Matta,
  • José Humberto de Queiroz

Journal volume & issue
Vol. 99, no. 2
pp. 747 – 754

Abstract

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FUNDAMENTO: A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial. O fungo Monascus ruber apresenta atividade hipocolesterolêmica e polifenóis presentes no resíduo de café apresentam atividade antioxidante, podendo auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares. O resíduo de café possui quantidade significativa de açúcares fermentescíveis, constituindo-se em substrato apropriado para o cultivo de fungos. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito dos resíduos de café seco e fermentado por Monascus ruber no metabolismo lipídico de camundongos knockout Apo E. MÉTODOS: O ensaio biológico foi realizado com 30 camundongos knockout para o gene Apo E, divididos em cinco grupos e submetidos a diferentes tratamentos. Foi realizada a prospecção fitoquímica e quantificação de compostos fenólicos dos resíduos fermentado e sem fermentar. O soro dos animais foi analisado utilizando kits enzimáticos e o tecido aórtico incluso em parafina e corado com H/E para realização da análise histopatológica. RESULTADOS: O resíduo de café sem fermentar 2%, em relação ao grupo controle, diminuiu em 42% o nível sérico de triacilgliceróis e em aproximadamente 41% a fração VLDL-c. Os grupos dos animais alimentados com 10% de resíduo não fermentado e 2% de resíduo fermentado diminuíram a área de lesão 10,5% e 15,4%, respectivamente, quando comparados ao controle. O resíduo fermentado apresentou um teor de compostos fenólicos superior ao resíduo não fermentado. CONCLUSÃO: O presente estudo mostra que a fermentação do resíduo de café apresenta potencial efeito benéfico sobre as doenças cardiovasculares, especialmente a aterosclerose.BACKGROUND: Atherosclerosis is a chronic inflammatory disease of multifactorial origin, which occurs in response to endothelial injury. The fungus Monascus ruber has hypocholesterolemic activity, and the polyphenols present in coffee residue have an antioxidant activity and can help prevent cardiovascular diseases. Coffee residue has a significant amount of fermentable sugars, being an adequate substrate for growing fungi. OBJECTIVE: The objective of this study was to assess the effect of dry coffee residue fermented with Monascus ruber on the lipid metabolism of ApoE knockout mice. METHODS: The biological assay was performed with 30 ApoE knockout mice, divided into five groups and undergoing different treatments. The phytochemical prospection and quantification of phenolic compounds of the fermented and non-fermented coffee residues were performed. The sera of the animals were analyzed by using enzyme kits, and the aortic tissue was embedded in paraffin and stained with hematoxylin and eosin to undergo histopathological analysis. RESULTS: Comparing with the control group, the group receiving 2% non-fermented coffee residue showed a reduction of 42% in the serum levels of triacylglycerols and of approximately 41% in VLDL-c. The groups receiving 10% non-fermented coffee residue and 2% fermented coffee residue showed reductions in the lesion areas of 10.5% and 15.4%, respectively, as compared with the control group. The fermented coffee residue showed a higher content of phenolic compounds as compared with the non-fermented coffee residue. CONCLUSION: The present study showed that coffee residue fermentation has a potentially beneficial effect on cardiovascular diseases, especially atherosclerosis.

Keywords