Revista Brasileira de Educação do Campo (Jul 2017)

Interculturalidade na formação de professores do campo: análise de uma experiência

  • Luiz Otávio Costa Marques

DOI
https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2017v2n2p447
Journal volume & issue
Vol. 2, no. 2
pp. 447 – 471

Abstract

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O presente trabalho visa promover uma reflexão sobre a proposta pedagógica de um curso de licenciatura em Educação do Campo de uma universidade federal brasileira sob a perspectiva teórica da interculturalidade. Entende-se interculturalidade como um projeto contra-epistemológico e contra-hegemônico que preconiza o reconhecimento e o respeito à diversidade cultural e à emancipação política e social de povos subalternizados. Instituído em 2013 para atender à demanda do Edital SESU/SETEC/SECADI n° 2/2012, o curso em pauta tem como objetivo formar professores com habilitação em Ciências da Natureza ou Linguagens e Códigos para atuar nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio de escolas do campo. Este estudo de natureza qualitativa-exploratória se vale de pesquisa documental e bibliográfica. A reflexão teórica se dá a partir da ecologia dos saberes (Santos, 2014), que problematiza as relações de colonialidade do conhecimento científico com outros tipos de conhecimento, assim como das pesquisas sobre interculturalidade (Fleuri, 2001; Walsh, 2009, 2010; Estermann, 2010; Guilherme & Dietz, 2015) e Educação do Campo (Caldart, 2009; Freitas, 2011; Antunes-Rocha, 2011; Molina & Freitas, 2011; Molina & Antunes-Rocha, 2014). Espera-se com este trabalho estimular propostas que dialoguem com o referencial da interculturalidade, ampliando as perspectivas teóricas sobre a formação inicial de professores no contexto da Educação do Campo no Brasil.

Keywords