Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

A MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR POR DOENÇAS HEMATOLÓGICAS EM PALMAS-TO: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO PERÍODO DE 2014 A 2023

  • NR Teixeira,
  • KS Rezende,
  • MA Hyun,
  • HB Cartaxo

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S137

Abstract

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Objetivo: Este estudo tem como objetivo analisar a tendência da morbimortalidade por afecções hematológicas e a prevalência de internações hospitalares relacionadas a essas doenças no município de Palmas-TO, no período de 2014 a 2023, visando identificar padrões e tendências ao longo do tempo. Metodologia: Estudo ecológico, de caráter descritivo e natureza quantitativa. Foram utilizados os dados disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Morbidade Hospitalar do SUS (SIH) no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), pertencentes aos casos de internações por afecções hemorrágicas e outras doenças sanguíneas e órgãos hematopoiéticos na cidade de Palmas de 2014 a 2023. As variáveis coletadas foram Cidade/Região, ano de processamento, idade, sexo, cor e casos de internações, excluídos dados que não se enquadram nas variáveis descritas. Resultados: No período estudado, foram registradas 400 internações hospitalares por afecções hematológicas. A incidência dessas internações apresentou picos nos anos de 2014, 2016 e 2023, com 65, 58 e 58 casos, respectivamente. A análise da distribuição por faixa etária evidenciou uma maior concentração de casos nas primeiras décadas de vida, com destaque para as crianças de 0 a 4 anos (27%), 5 a 9 anos (16%) e 10 a 14 anos (28%). No entanto, é importante ressaltar que a condição também acometeu indivíduos de todas as outras faixas etárias. O perfil epidemiológico apresentou predomínio do sexo masculino (52%) e da raça parda (71%). O custo total das internações foi de R$ 329.370,82, com média de internação de 7 dias e 18 óbitos registrados, evidenciando a gravidade da patologia e o impacto financeiro para o sistema de saúde. Discussão: As doenças hematológicas, um grupo heterogêneo de condições que afetam as células sanguíneas, impõem desafios complexos à saúde. Sintomas como fadiga, palidez e sangramentos excessivos, comuns em doenças como anemia falciforme e hemofilia, impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A pandemia de COVID-19 revelou a vulnerabilidade de pacientes hematológicos, exacerbando as comorbidades e impondo desafios adicionais ao manejo clínico. A infecção pelo SARS-CoV-2 induz uma desregulação hematopoiética, caracterizada por inflamação sistêmica, trombose e disfunção imunológica, impactando significativamente o prognóstico. A integração de marcadores moleculares e tecnologias avançadas, como a citometria de fluxo, permite um diagnóstico mais preciso e a identificação de subtipos de doenças. Conclusão: A análise dos dados de internação hospitalar revelou um perfil epidemiológico caracterizado por predomínio do sexo masculino e da raça parda, com maior frequência na faixa etária pediátrica de 0 a 14 anos. A série temporal demonstrou flutuações na incidência, com picos em 2014, 2016 e 2023, sinalizando a importância de um sistema de vigilância epidemiológica que contemple múltiplos determinantes da saúde. O aumento do número de internações gerou um incremento significativo nos custos hospitalares, impactando diretamente o orçamento da saúde. Uma abordagem multifacetada, que engloba a promoção da saúde, a prevenção de doenças, a otimização dos processos assistenciais e desenvolvimento profissional contínuo, é fundamental para reduzir a carga assistencial e promover a sustentabilidade dos sistemas de saúde.