Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

O IMPACTO DA PANDEMIA NOS BANCOS DE SANGUE

  • RDVS Cabral,
  • SA Maligeri,
  • EK Saito

Journal volume & issue
Vol. 43
p. S487

Abstract

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Autores: Renato Dalle Vedove Silveira Cabral, Sophia Azevedo Maligeri, Edson Kazuo Saito e orientado por Patrícia Nunes Bezerra Pinheiro. Objetivos: Destacar a queda das doações de sangue durante a pandemia do SARS-COV-2, citar as iniciativas tomadas por serviços de saúde e analisar a eficácia destas. Material e métodos: Revisão de literatura com a utilização da plataforma Pubmed. Com os descritores “pandemic”AND “blood bank”, chega-se a 189 resultados. Aplicando filtros “texto completo grátis”e “2020 a 2021”encontra-se 131 resultados. Após a leitura dos resumos, 43 revelaram-se relevantes com o tema e destes, após a leitura completa, apenas 40. Resultados: À exceção do relato de dois artigos, a redução das doações no período foi severa para os bancos de sangue com relatos de estoques quase esgotados. As principais medidas de contingência adotadas foram: postergação de cirurgias eletivas, diminuição do uso de hemoderivados com descontinuação ou redução dos valores de hemoglobina e plaquetas para transfusão profilática, além da extensão do vencimento dos produtos. Para aumentar a segurança no momento das doações medidas como agendamento de horário, distanciamento físico entre as cadeiras, ambientes bem ventilados, uso de equipamentos de proteção individual pelos trabalhadores e testes rápidos de triagem para COVID-19 foram implementados. Discussão: Atualmente a tecnologia e a ciência caminham juntas em uma jornada de descobertas e conquistas. Todavia, ainda não é possível reproduzir sangue em laboratório, cabendo ao receptor apenas a esperança de doações. De acordo com a Organização Mundial da Saúde é recomendável que 5% da população seja doadora de sangue, no entanto, antes da pandemia o Brasil apresentava uma média baixa, de 2 a 2,5% de doadores e durante a pandemia da COVID-19 as doações diminuíram ainda mais. Diversos pacientes hematológicos e oncológicos necessitam de transfusões regulares para sobrevivência. Além disso, com o agravamento da pandemia, a demanda por transfusões devido às complicações da COVID-19 aumentou, enquanto o estoque de sangue sofreu o efeito contrário. A fim de controlar a disseminação da doença instaurou-se medidas restritivas. O altruísmo do ato de doar sangue perdeu forças em meio ao medo, ansiedade e individualismo que propagaram-se pela sociedade. Os bancos de sangue precisaram realizar campanhas de doações massivas com o intuito de sensibilizar a população, expuseram a carência do estoque e a segurança de seus estabelecimentos. Com novas abordagens, os doadores rotineiros voltaram a ativa, apesar da menor frequência, e novos doadores, os denominados “pandêmicos”, passaram a doar. Conclusão: Os bancos de sangue foram drasticamente afetados pela pandemia. Para a redução deste impacto as melhores medidas tomadas são: o uso da telemedicina para a entrevista de aptidão para doação, permanência dos bancos de sangue abertos em feriados, utilização de grandes espaços externos para campanhas de doações e o uso das redes sociais para a realização de marketing e engajamento social. Além das medidas já citadas, é importante ressaltar que brasileiros matriculados no ensino superior representam aproximadamente 18% da população, esta parcela deveria ser incentivada a realizar doações sanguíneas, com posterior validação como horas complementares.