Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

DEFINIÇÃO DA ASSINATURA DE CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS ASSOCIADAS A IST NO TRATO GENITAL DE JOVENS COM ALTO RISCO DE INFECÇÃO PELO HIV

  • Anne Caroline Brito Barroso,
  • Guilherme Barreto Campos,
  • Lucas Miranda Marques

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103141

Abstract

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As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são definidas como um grupo de doenças causadas por microrganismos (bactérias, fungos, vírus, etc.), transmitidas principalmente através do contato sexual sem o uso de preservativo. Além do HIV, outras IST bacterianas são consideradas epidêmicas no Brasil. Dentre elas, destacam-se a gonorreia (Neisseria gonorrhoeae), infecções por micoplasmas e por Chlamydia trachomatis. Durante a infecção diversos fatores relacionados às características das bactérias e das células do hospedeiro são essenciais para determinar a resposta inflamatória. Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal que faz parte de um projeto piloto intitulado “Estudo PrEP 15-19. Foram coletadas amostras uretrais dos participantes no momento da inclusão ao baseline1 do estudo PrEP. A quantificação dos microrganismos foi realizada por meio de técnica de quantificação absoluta. As dosagens das citocinas IL-1β, IL-6, IL-10 e fator de necrose tumoral TNF-α foram realizadas utilizando-se kit de ELISA eBioscience. Resultados: Dos 190 participantes, 17,36% apresentaram uma ou mais infecções. Houve associação entre ensino médio completo com IST (p 0,045). Dentre as IST estudadas destaca-se a prevalência de 85,3% de micoplasmas. Testes de matriz foram realizados entre os infectados com associação entre maiores valores de TNF-α e IL-6. Neste estudo tivemos a prevalência de 4,73% de coinfecções, todas com pelo menos um micoplasma. 50% das coinfecções encontrada foram do gênero Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum. Na avaliação da assinatura de citocinas entre mono e coinfectados e encontramos maiores níveis de IL1-β em indivíduos monoinfectados quando comparados aos co-infectados (Kruskal Wallis test p value 0,0114) e de TNF-α nos monoinfectados, quando comparados com não infectados e coinfectados, conforme o teste de Dunn's. Realizamos um heatmap com análise não supervisionada e na observação dos clusters notam-se que M. hominis e U. urealyticum apresentaram alto potencial de resposta inflamatória. Na Análise Principal Component fica evidenciada a associação entre infecção por M. hominis e secreção de IL1-β, confirmada pelo teste de Mann Whitney (p value 0,0018). A avaliação da área sobre a curva ROC confere precisão acima de 90% na sensibilidade e especificidade do teste aplicado, com valor de p 0,0016. Conclusão: A infecção por M. hominis estava associada com maiores níveis de IL1- β entre os infectados.

Keywords