Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

POLIMORFISMO DE GENES DA GLUTATIONA-S-TRANFERASE E SUSCEPTIBILIDADE AO ESTRESSE OXIDATIVO EM PACIENTES COM LINFOMA HODGKIN E NÃO-HODGKIN

  • LC Franco,
  • CEC Oliveira,
  • RA Pinho

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S429 – S430

Abstract

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Introdução: O linfoma é um tipo de câncer de elevada prevalência, que se manifesta por linfonodomegalia. O tratamento depende da classificação histológica e do estadiamento da doença, e sua eficácia e sucesso estão diretamente associados a como as células respondem às intervenções terapêuticas. Nesse cenário, polimorfismos nos genes das Glutationa-S-transferases (GSTs) e mudanças no sistema redox parecem ser um importante fenômeno que podem repercutir no grau de agressividade e prognóstico dos linfomas. Objetivo: O objetivo desse estudo foi analisar polimorfismos nulos nos genes GSTT1 e GSTM1 e a susceptibilidade ao estresse oxidativo de pacientes com Linfoma Hodgkin e não-Hodgkin. Material e métodos: Amostras de sangue periférico de 39 pacientes foram submetidas as análises dos polimorfismos por PCR multiplex, e de parâmetros de estresse oxidativo. Resultados: Os resultados revelaram que os genótipos nulos do GSTM1 e GSTT1 não se mostraram associados com às doenças, e parecem influenciar pouco nas alterações de marcadores do estresse oxidativo. Pacientes com LH e LNH mantiveram uma razão GSH:GSSG muito baixa. Além disso, um maior nível de GSH foi observado nos pacientes com LH. Pacientes com LNH apresentaram maiores níveis de grupos de tióis totais. Discussão: Embora os resultados tenham mostrado que pacientes com LNH possuem menores níveis de GSH, isso não se refletiu sobre os danos oxidativos em lipídeos e proteínas. Entretanto, pacientes com LNH apresentaram maiores níveis de grupos de tióis totais. O maior nível de oxidação de proteínas tiol no LH é uma importante resposta ao linfoma nos quais oxidantes integram com as vias de transdução de sinal intracelulares. Foram avaliados nesse estudo a associação entre o polimorfismo dos genes GSTT1 e GSTM1 com os parâmetros de estresse oxidativo. Os resultados revelaram que interações significativas entre os tipos de câncer e a presença do polimorfismo no gene GSTT1 com os níveis de GSH, GSSG. Entre os grupos, essa significativa interação foi observada somente entre os grupos sem polimorfismo nas variáveis GSH, GSSG. Não foram observadas interação a partir do polimorfismo do gene GSTM1 . A interação observada entre o GSST1 e os níveis de GSH foi constada nos pacientes com LH. Pacientes com polimorfismo no gene apresentaram uma menor concentração de GSH em relação aos pacientes sem polimorfismo impactando diretamente na razão GSH:GSSG. Esse resultado sugere um possível potencial de detoxificação antioxidante reduzido em pacientes com LH que possuem polimorfismo. Essa observação é pautada no conceito de que os genótipos nulos de GSTT1 aumentam o risco de várias doenças multifatoriais associadas ao estresse oxidativo. Conclusão: Concluímos que a frequência do polimorfismo dos genes GTST1 e GSTM1 estão presentes na maioria dos casos de LH e LNH e que não existe clara diferença entre LH e LNH bem como alterações significativas nos parâmetros de estresse oxidativo avaliados, embora ambos os grupos tenham apresentado uma deficiente balanço redox. Concluímos ainda que as interações com o sistema glutationa independe da presença do polimorfismo e que somente o genótipo GSTT1 possui relativa interação com os níveis de GSH e GSSG. Tomados em conjunto esses resultados revelam pacientes com LH e LNH apresentam similarmente para a susceptibilidade redox, sem impactar em danos oxidativos e que a susceptibilidade não dependente do polimorfismo dos genes GSTT1 e GSTM1.