Revista da SBEnBIO (Nov 2022)

A educação das relações étnico-raciais

  • Douglas Verrangia

DOI
https://doi.org/10.46667/renbio.v15inesp2.782
Journal volume & issue
Vol. 15, no. nesp2

Abstract

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Vimos, há alguns anos, analisando e produzindo propostas no intuito de que a educação em Ciências assuma seu papel como parte de um processo mais amplo, de educação para humanização, contribuindo para a educação de relações étnico-raciais positivas, justas e compromissadas com a erradicação do racismo em nossa sociedade. Revisando a literatura na área, identificamos que, nos últimos 10 anos, há um avanço significativo nesse contexto, surgindo muitas propostas na interface entre educação em Ciências e combate ao racismo. Porém, em nossa visão, muitas dessas propostas acabam por desconsiderar uma compreensão mais profunda sobre o conceito de Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER), que consideramos um marco teórico-metodológico para a (re)construção do pensar pedagógico em países pluriétnicos e multiculturais como o nosso. Nessa concepção, o papel, por exemplo, da educação em Ciências para a (re)educação de relações étnico-raciais fica restrito à discussão de algumas temáticas, como o racismo científico, a eugenia moderna, a evolução humana, entre outros. Dessa forma, a fim de contribuir para ampliar a reflexão conceitual acerca das possibilidades e desafios impostos à educação em Ciências pela ERER, apresentamos um modelo conceitual desenvolvido a partir das contribuições de Mwalimu Shujaa e que vem sendo utilizado e revisado em práticas na formação inicial e continuada de professores nos últimos 15 anos. O intuito do modelo é articular uma perspectiva teórico-metodológica da ERER, focada na elaboração de atividades pedagógicas que visem combater estereótipos, neste caso, em meio a conteúdos ligados às Ciências Naturais e Biologia.

Keywords