Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE EM GESTANTES

  • VL Dambros,
  • AB Vidal,
  • KRDS Cristaldo,
  • GN Santos,
  • BFB Bassani,
  • GM Signori,
  • V Feistauer,
  • GP Homem,
  • TGH Onsten

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S234 – S235

Abstract

Read online

Introdução: A Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI) ocorre quando o sistema imune ataca as plaquetas, tendo como apresentação clínica hematomas, sangramento em mucosas e petéquias, além de presença de hemorragia espontânea caso a contagem plaquetária inferior a 20 x 109/L. A PTI frequentemente ocorre em mulheres jovens, por isso os médicos frequentemente tratam pacientes grávidas com esta doença. A PTI durante a gestação pode resultar em complicações maternas e fetais como pré-eclâmpsia, hemorragia pós-parto, descolamento prematuro da placenta e trombocitopenia neonatal. Objetivos: Apresentaras opções de tratamento para a PTI em pacientes gestantes. Metodologia: Realizou-se uma busca por artigos científicos presente nas bases de dados SciELO, PubMed e Google Scholar no final do mês de julho de 2021. Também foram utilizados dados presentes em Portarias do SUS e em livros referência. Foram usados termos como “PTI”, “Púrpura Trombocitopênica Imune”e “Gestação”. Resultados: Apesar de não haver consenso no tratamento e manejo da PTI, os corticoides, como a prednisona, são considerados a primeira linha de tratamento devido ao baixo custo e à alta eficácia. No entanto, destaca-se que o uso desta terapia foi relacionado com o risco de parto prematuro, diabetes gestacional, hipertensão, entre outras complicações maternas. Por isso, é sugerido o uso da imunoglobulina intravenosa (IgIV) como tratamento de primeira linha para a PTI, em especial nos casos de refratariedade, trombocitopenia grave ou sangramento decorrente da trombocitopenia no terceiro trimestre da gestação. Não são relatadas complicações na gestação com o uso de IgIV, contudo, é uma droga de alto custo, sendo frequentemente inacessível. Outra opção de tratamento é a esplenectomia, uma vez que o baço é responsável pela eliminação de plaquetas. Esse procedimento delicado pode alcançar uma remissão completa em aproximadamente 2/3 dos pacientes e é indicado quando não há resposta aos corticosteroides e IgIV, sendo realizado no segundo trimestre de gestação, devido ao menor risco de parto prematuro. Além desses tratamentos, tem-se os imunossupressores não teratogênicos, porém eles possuem início de ação tardio e baixa responsividade e, por isso, são segunda linha no tratamento. Discussão: O tratamento inicial da PTI é fundamentado e direcionado para elevar os níveis plaquetários e cessar o quadro hemorrágico. No geral, as opções de tratamento para a PTI em gestantes cursa com corticóides, medicamentos amplamente conhecidos, mas que possuem efeitos colaterais importantes. Há a possibilidade de usar medicações com o custo mais elevado e de difícil acesso como a IGIV e procedimentos cirúrgicos como a esplenectomia. Conclusão: O pleno conhecimento das opções terapêuticas é importante para que a melhor decisão de tratamento seja tomada, visando o bem-estar da paciente, menor incidência de efeitos teratogênicos e possibilidade de acesso ao tratamento.