Arquivos Brasileiros de Cardiologia (May 2007)

Forame oval patente e acidente vascular cerebral isquêmico em jovens: associação causal ou estatística? Patent foramen ovale and ischemic stroke in young people: statistical association or causal relation?

  • Edson Marcio Negrão,
  • Ivar Viana Brandi,
  • Simone Vilela Nunes,
  • Daniel Gurgel Fernandes Távora,
  • Mauro Nakayama,
  • Paulo Sergio Siebra Beraldo

DOI
https://doi.org/10.1590/S0066-782X2007000500003
Journal volume & issue
Vol. 88, no. 5
pp. 514 – 520

Abstract

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OBJETIVOS: Determinar se há evidências de uma relação causal entre forame oval patente (FOP) e acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) criptogênico em jovens. Analisar essa relação à luz dos critérios de causalidade. MÉTODOS: Avaliaram-se, retrospectivamente, 168 pacientes jovens com AVCI, divididos em dois grupos: criptogênico e de causa definida. Como parte da rotina, os pacientes foram submetidos a pesquisa de FOP por ecocardiograma transesofágico e/ou Doppler transcraniano, ambos associados ao teste de bolhas. Demonstrada a associação estatística univariada entre FOP e AVCI, procedeu-se a análise multivariada. RESULTADOS: Após análise multivariada, a associação FOP e AVCI criptogênico mostrou-se ainda estatisticamente significante, com razão de chance (RCajustada de 3,3 (IC95% 1,5-7,4). O número total de lesões no encéfalo também apresentou associação significativa com o AVCI criptogênico (RCajustada= 0,4 IC95% 0,2-0,9). A associação FOP e AVCI criptogênico satisfez todos os critérios de causalidade. CONCLUSÃO: A relação causal entre o FOP e o AVCI criptogênico em jovens é altamente provável. Esse fato deve ser considerado na decisão terapêutica.OBJECTIVES: To determine if there are evidences of a causal relation between patent foramen ovale (PFO) x cryptogenic ischemic stroke (IS) in the young population and to analyze this relation in terms of causal criteria. METHODS: A total of 168 young patients with IS was retrospectively evaluated and divided into two groups: cryptogenic and with a defined cause. As a routine procedure, the patients underwent investigation of the PFO by means of transesophageal echocardiogram and/or transcranial Doppler sonography, both of them associated with the bubble test. Multivariate analysis was performed after demonstration of univariate statistical association between PFO x IS. RESULTS: After multivariate analysis, the association between PFO x cryptogenic IS was still statistically significant with odds ratio (adjusted OR = 3.3; 95% CI: 1.5-7.4). The total number of cerebral lesions also presented a significant association with cryptogenic IS (adjusted OR = 0.4; 95% CI: 0.2-0.9). The association between PFO and cryptogenic IS met all the causality criteria. CONCLUSION: The causal relation between PFO and cryptogenic IS in the young population is highly probable. This fact should be considered in the therapeutic decision.

Keywords