RevSALUS (Jul 2023)

Programas intergeracionais entre crianças e pessoas idosas no contexto português: uma scoping review

  • Rosa Silva,
  • Joana Bernardo,
  • Iria Dobarrio,
  • Marisa Lourenço,
  • Elaine Santana

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.554
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Sup

Abstract

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Introdução: Em conformidade com o que vem acontecendo em todo o mundo, Portugal nas últimas décadas, passou por consideráveis alterações demográficas. Estima-se que em 2080 a proporção de pessoas idosas no país será de 317 idosos para cada 100 jovens (INE, 2017). O envelhecimento exige uma capacidade de adaptação contínua, devido aos impactos nas várias dimensões da vida do indivíduo. As estratégias de envelhecimento ativo, tais como os programas/projetos intergeracionais, podem facilitar a participação social e promover o valor da pessoa idosa na sociedade. Objetivos: Mapear os programas/projetos intergeracionais existentes em Portugal que promovam a interação entre crianças e a pessoa idosa. Metodologia: Trata-se de uma Scoping Review realizada segundo a metodologia JBI. Recorrendo ao mnemônico PCC (População, Conceito e Contexto) para definir os critérios de inclusão, estabeleceu-se: População: pessoas com mais de 60 anos, institucionalizadas ou vivendo na comunidade, e crianças menores de 10 anos; Conceito: programas/projetos que promovem a intergeracionalidade; Contexto: Todas as práticas intergeracionais no contexto geográfico de Portugal. Após uma pesquisa inicial e definido o mapa de conceito, procedeu-se a pesquisa nas bases de dados MEDLINE via PubMed, Academic Search Complete, CINAHL via EBSCOhost, MedicLatina,via EBSCOhost e RCAAP, recuperando-se artigos em Inglês, Português e Espanhol. Resultados: Foram identificados seis programas/projetos promovendo intergeracionalidade em Portugal, sendo três deles, programas de intervenção combinada, ou seja, que procuravam promover outras áreas para além da intergeracionalidade. A nível de caracterização, os programas focaram-se na promoção do envelhecimento ativo e na prevenção de problemas relacionados à idade, avaliando dimensões como domínios cognitivos, motores, emocionais e comunicacionais, bem como parâmetros como autoestima, autoconfiança, autovalorizarão, bem-estar, solidão e depressão. Conclusões: Programas/projetos desta natureza têm o potencial de promover benefícios para as pessoas idosas a nível da saúde mental, da qualidade de vida e da inclusão social, suscitando o envelhecimento ativo. Contudo, esta é uma área que ainda carece de investigação, seja para avaliar a eficácia de tais intervenções, seja para contribuir para a implementação de novos programas.

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