RevSALUS (Jan 2024)

Desenvolvimento de uma intervenção educacional de promoção dos comportamentos de saúde nos sobreviventes de cancro: grupo focal

  • Nuno Peixoto,
  • Tiago Peixoto

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSupii.745
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Supii

Abstract

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Introdução: Embora os sobreviventes se encontrarem livres da doença, existem evidências que demonstram que estes carecem de: a) fácil acesso a um acompanhamento profissional que se foque na promoção da saúde, b) uma abordagem centrada no sobrevivente que antecipe as suas necessidades, c) uma efetiva comunicação entre sobreviventes e profissionais e d) incentivo para a adoção de estilos de vida saudáveis que melhorem a sua Qualidade de Vida e bem-estar. Objetivos: Explorar os aspetos a integrar numa intervenção educacional de promoção dos comportamentos de saúde nos sobreviventes de cancro. Material e Métodos: Foi conduzido um estudo exploratório com recurso a um grupo focal de 9 enfermeiros peritos durante 180 minutos, de acordo com as recomendações de Krueger e Casey, 2014. Procurou-se conhecer as opiniões dos peritos sobre o conteúdo, os critérios de inclusão dos participantes e a operacionalização de uma intervenção educacional de enfermagem. Resultados: Os resultados sugerem que a construção de uma intervenção de enfermagem deve contemplar várias áreas de promoção de saúde, promover o envolvimento em comportamentos saudáveis e evitar os comportamentos de risco. Os peritos: a) destacaram a motivação como um mecanismo chave para a mudança (relevante para o desenvolvimento e manutenção de novos comportamentos), b) reforçaram a necessidade de conceção de um Plano Educacional Individualizado focado nas necessidades dos sobreviventes, c) sugeriram a possibilidade de incluir um contrato de saúde enfermeiro-sobrevivente como uma estratégia de vinculação e d) propuseram que a intervenção se iniciasse no final dos tratamentos. Nessa fase, os sobreviventes estão felizes com o sucesso do tratamento, motivados para aprender sobre a sua doença, compartilhar a sua experiência, tornar o curso do tratamento o mais tranquilo possível e procurar soluções para minimizar o risco de recorrência. Conclusões: A dificuldade de definir, operacionalizar e implementar uma intervenção educacional em enfermagem abrangente e que dê resposta às necessidades em cuidados dos sobreviventes de cancro, está intimamente relacionada com a especificidade do sobrevivente de cancro e da cronicidade da doença oncológica. As perspetivas apresentadas reforçam a ideia de que os sistemas de saúde deverão antecipar as necessidades dos sobreviventes e não apenas reagir a elas.

Keywords