Revista Brasileira de Geomorfologia (Jul 2019)

GEOCRONOLOGIA DE EVENTOS DEPOSICIONAIS ASSOCIADOS ÀS COBERTURAS SUPERFICIAIS QUE SUSTENTAM E RECOBREM NÍVEIS DE TERRAÇOS MARINHOS PLEISTOCÊNICOS E HOLOCÊNICOS NO LITORAL SUL DE SANTA CATARINA (SC)

  • Felipe Gomes Rubira,
  • Archimedes Perez Filho

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v20i3.1339
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 3

Abstract

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Esta pesquisa objetiva identificar, espacializar e caracterizar morfologicamente níveis de terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos dissecados pela dinâmica fluvial do baixo curso do rio Araranguá (SC), localizado no litoral sul do Estado de Santa Catarina. Simultaneamente objetiva correlacioná-los, mediante geocronologia das coberturas superficiais que os sustentam/recobrem, a episódios marinhos transgressivos e regressivos identificados pela literatura paleoclimática nacional e internacional. A metodologia baseou-se na elaboração de modelos digitais de elevação e perfis topográficos a partir de imagens de radar com resolução espacial de 30 metros; realização de trabalhos de campo, testes granulométricos e datações absolutas por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE) em grãos de quartzo das coberturas superficiais, utilizando procedimentos indicados pelo protocolo SAR (Single Aliquot Regenerative-dose) em 15 alíquotas. Os resultados evidenciaram 4 níveis de terraços marinhos no litoral sul do Estado de Santa Catarina. Os terraços marinhos de nível I e II foram elaborados por episódios eustáticos pleistocênicos regressivos (MIS5d → NI e NII → >75.000 anos A.P.) que sucederam o máximo da Transgressão Cananeiense há 123.000 anos A.P. (MIS5e). Apresentam superfícies irregulares, bem dissecadas por processos erosivos, havendo afluentes do rio Araranguá, sistemas lagunares e atividades antrópicas. Os terraços marinhos de nível III (NIII → 6.000 ± 820 / 5.000 ± 620 anos A.P.) e IV (NIV → 420 ± 65 / 165 ± 35 anos A.P) foram elaborados por episódios eustáticos holocênicos regressivos que sucederam o máximo da Transgressão Santista há 5.500 anos A.P. (MIS1), os quais apresentam-se mais conservados e menos alterados pelos processos morfoesculturais atuais.

Keywords