Revista do Instituto Florestal (Dec 2015)
Sobrevivência e crescimento de espécies tropicais madeireiras em consórcio com espécie pioneira em diferentes proporções. Survival and growth of tropical timber species intercropped with pioneer species in dierent proportions.
Abstract
O cultivo de espécies florestais nativas com fins comerciais em plantios monoespecíficos vem sendo estudado há algumas décadas no Brasil. A silvicultura por meio de plantios consorciados, porém, raramente tem sido objeto de estudo. Avaliou-se o desempenho de duas espécies nativas de interesse comercial: a aroeira (Myracrodruon urundeuva) e o angico vermelho (Anadenanthera colubrina var. cebil), em consorciação com uma espécie pioneira, o capixingui (Croton floribundus), para verificar a influência de diferentes proporções da espécie pioneira na sobrevivência e crescimento das espécies de interesse comercial. Testaram-se as hipóteses de que diferentes proporções no plantio consorciado resultam em diferenças no crescimento das espécies e que a resposta ao plantio consorciado é diferente entre as espécies-alvo. O presente estudo foi realizado em dois experimentos, um para cada espécie-alvo, instalados em blocos ao acaso, com cinco repetições de cada tratamento (25, 50, 75 e 85% da espécie pioneira), em Paraguaçu Paulista, SP. Quinze anos após o plantio, os sistemas consorciados apresentaram alguns padrões: 1) a mortalidade superior para a espécie pioneira em comparação com as espécies-alvo, 2) crescimento mais rápido das árvores das espécies-alvo quanto maior a proporção da espécie pioneira, 3) quanto maior a proporção de pioneiras, menor densidade final do sistema, resultando em menor competição e favorecendo o crescimento individual das espécies-alvo, e 4) não houve variação volumétrica por hectare das espécies-alvo que possa ser explicada pela proporção de pioneiras para nenhuma das duas espécies. Assim, embora a consorciação com espécies pioneiras favoreça o crescimento individual das espécies-alvo, não há nenhum efeito da consorciação no volume de madeira produzido por hectare. The growth of native forest species for commercial purposes in monospecific plantations has been studied for decades in Brazil. However, forestry through mixed stands has rarely been studied. We evaluated the performance of two native species of commercial interest: the aroeira (Myracrodruon urundeuva) and the angico vermelho (Anadenanthera colubrina var. cebil) in mixed stands with a pioneer species, the capixingui (Croton floribundus), to verify the influence of different proportions of the pioneer species in the survival and growth of the commercial species. The tested hypothesis was that intercropping in different ratios results in differences in their growth and that the response to the intercropping is different among the target species. The study was conducted in two experiments, one for each target species, installed in randomized blocks, with five repetitions of each treatment (25, 50, 75 and 85% of pioneer species) in Paraguaçu Paulista, state of São Paulo, Brazil. Fifteen years after planting, the intercropped systems showed some patterns and differences. Among the patterns: 1) pioneer species presented higher mortality in comparison to the target species, 2) the higher the proportion of pioneer species, the faster was tree growth of the target species, 3) the higher the proportion of pioneers, the lower the final density of the system, resulting in less competition and favoring growth of the target species and 4) the timber volume per hectare could not be explained by the proportion of pioneer species used in the system for none of the two focal species. So while intercropping with pioneer species favors the individual growth of the target species, there is no effect of intercropping on timber volume produced per hectare.
Keywords