Trans/Form/Ação (Apr 2019)

Freud e Spinoza a razão, a necessidade e a liberdade

  • Rogério Miranda de Almeida,
  • Allan Martins Mohr

DOI
https://doi.org/10.1590/0101-3173.2019.v42n1.05.p79
Journal volume & issue
Vol. 42, no. 1
pp. 79 – 100

Abstract

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Resumo Tencionamos, nestas reflexões, analisar os conceitos spinozianos de Deus, do homem e da razão, para, a partir do caráter necessário que os permeia, interrogarmos se existiria também a possibilidade de uma liberdade humana no pensamento do autor da Ética. Se tal liberdade existe, ela estaria situada no próprio plano racional, o que, por sua vez, levantaria ingentes problemas. A mesma questão - a da possibilidade de uma liberdade, em Freud - estaria colocada na margem de ação que, até certo ponto, ele assinala ao eu, por intermédio de sua nova divisão do aparelho psíquico, em Além do princípio de prazer (1920) e O eu e o isso (1923). Avancemos desde já que, se a ênfase de Spinoza, no que diz respeito à liberdade, recai sobre a razão, em Freud o acento é colocado sobretudo na simbolização e na significação que a tensão do desejo pode acarretar. Portanto, o nosso objetivo não é o de mostrar, ou provar, qualquer vínculo de dependência de Freud vis-à-vis de Spinoza. A nossa intenção é, antes, fazer ressaltar as diferenças que os separam, no que concerne à questão da necessidade e da liberdade.

Keywords