Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO HOSPITALAR DAS INTERNAÇÕES, POR ANEMIA FERROPRIVA, NAS MACRORREGIÕES BRASILEIRAS

  • BR Sampaio,
  • IMH Torres,
  • ACSL Flick,
  • GS Garcia,
  • MM Rocha,
  • JA Silva,
  • V Pecinato,
  • ALT Alvarenga,
  • IRAX Brito,
  • EMM Costa

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S16 – S17

Abstract

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Objetivo: Identificar o perfil dos pacientes internados, por anemia ferropriva, nas macrorregiões de saúde do Brasil nos últimos cinco anos. Métodos: Trata-se de um estudo de base populacional, descritivo e de caráter transversal, com dados obtidos na plataforma DATASUS no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS), com abordagem da população internada por anemia por carência de ferro no período de maio de 2019 a maio de 2024. Os dados filtrados foram selecionados para análise a partir dos seguintes indicadores epidemiológicos: quantidade total de internações hospitalares, por ano e por região, critério de atendimento, valor médio da internação por paciente, tempo médio de internação, número de óbitos e taxa de mortalidade. Além disso, a internação hospitalar foi estratificada por faixa etária, sexo e cor/raça. Como a fonte de dados é de acesso público, o estudo não necessitou de aprovação do comitê de ética em pesquisa e humanos. Resultados: No intervalo proposto, foram notificadas um total de 66.530 internações havendo uma tendência crescente no número de registros. Nesse interím, houve um aumento do número de casos, sendo o ano de 2019 com a menor quantidade registrada com 7.751 (11,65%) e a maior em 2023 com 15.680 (23,56%). Quanto às regiões, houve 27.371 (41,14%) registros no Sudeste, 17.603 (26,45%) no Nordeste, 10.346 (15,55%) no Sul, 5.614 (8,43%) no Norte e 5.596 (8,41%) no Centro-Oeste. A região Sudeste também foi a com maior número de óbitos, com 1.375 (2,06%) notificações seguida pela região Nordeste com 861 (1,29%) em relação ao total de internamentos. Quanto ao critério de atendimento, 94,19% foram de modo urgente enquanto 5,80% de modo eletivo. O valor médio da internação foi de R$ 440,75 e uma média de 4,8 dias internados por paciente. Ademais, foi contabilizado um total de 2.929 óbitos, retratando uma taxa de mortalidade de 4,40%. No que tange a faixa etária, houve maior número de internações entre pacientes de 80 anos ou mais, com 11.748 (17,65%) casos, seguido de 70 a 79 anos com 11.558 (17,37%) e entre 60 e 69 anos com 9.999 (15,02%). Dentre os óbitos, notou-se maior prevalência nas faixas etárias em que houve maior número de internações, registrando, respectivamente, 965 na faixa etária acima dos 80 anos, 737 na de 70 a 79 e 538 na de 60 a 69 anos. Quanto ao sexo, houve predomínio do feminino em 58,50% e a raça parda foi a mais acometida com 43,55% do total, seguida pela branca com 33,90% e com 10.393 casos sem informação. Discussão: Ante o exposto, é notória a urgência em reforçar a atuação dos serviços de saúde na prevenção da anemia ferropriva tendo em vista o caráter crescente de casos. O fato de a região Sudeste liderar em notificações e ter tido um aumento de casos de internações pode ser atribuído à alta densidade populacional, o que é crítico, uma vez que é uma região com maiores recursos e níveis de escolaridade, sugerindo que os mais afetados podem ser grupos marginalizados e vulneráveis. Conclusões: Posto isto, destaca-se a importância de aprimorar as estratégias de prevenção, educação nutricional e acesso a cuidados de saúde a fim de enfrentar essa condição. A liderança da região Sudeste em notificações e óbitos infere a urgência de um olhar mais atento para possíveis desigualdades no acesso aos serviços de saúde. A aplicação de programas educativos que promovam a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a garantia do acesso a suplementos de ferro são medidas cruciais para enfrentar este desafio.