Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Oct 1999)

Estudo da Adesão à Quimioprofilaxia Anti-retroviral para a Infecção por HIV em Mulheres Sexualmente Vitimadas Study of Adherence to Antiretroviral Chemoprophylaxis for HIV Infection in Sexually Abused Women

  • Jefferson Drezett,
  • Iara Baldacini,
  • Isabelle V. V. Nisida,
  • Valéria C. Nassif,
  • Patrícia C. Nápoli

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-72031999000900007
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 9
pp. 539 – 544

Abstract

Read online

Objetivos: embora não existam dados apropriados para estabelecer sua eficácia, alguns serviços tem utilizado, profilaticamente, a terapia anti-retroviral para o HIV nos casos de violência sexual. O objetivo deste estudo foi avaliar a aceitabilidade, tolerância e adesão a um esquema quimioprofilático para o HIV. Pacientes e método: foram avaliadas 62 mulheres vítimas de estupro e/ou atentado violento ao pudor com coito ectópico anal. Os agressores foram referidos como desconhecidos. A profilaxia foi iniciada dentro das primeiras 48 h da violência e mantida por 4 semanas, sendo administrados diariamente: zidovudina, 600 mg; indinavir, 2.400 mg e lamivudina, 300 mg. Resultados: a taxa de descontinuidade foi de 24,2%, sendo em 12 casos (80%) decorrente de intolerância gástrica. Os efeitos colaterais estiveram presentes em 43 casos (69,4%), sendo as náuseas e vômitos os mais freqüentes. A complexidade posológica e o tempo de uso foram fatores possivelmente associados ao uso inadequado das drogas, ocorrendo em 10,6% dos casos. Conclusão: a taxa de descontinuidade da quimioprofilaxia foi semelhante à observada em outras indicações.Purpose: some medical institutions have been prophylactically ministrating anti-HIV therapy in cases of sexual violence, although there are no appropriate basic facts to establish its efficacy. The aim of the present study was to evaluate the acceptance, tolerance and adhesion of these women under a chemoprophylaxis plan for HIV. Methods: sixty-two women victims of rape and/or anal intercourse with unknown aggressors have been evaluated. Prophylaxis has been started within the first 48 h after violence and maintained for 4 weeks, with daily administration of zidovudine, 600 mg; indinavir, 2,400 mg and lamivudine, 300 mg. Results: the discontinuance rate was 24.2%, withe 12 cases (80%) due to gastric intolerance. The side effects were present in 43 cases (69.4%), including nausea and vomitting as the most frequent. Complex dosage and time of administration were factors possibly related to the inadequate use of the drugs in 10.6% of the cases. Conclusion: the authors concluded that the chemoprophylaxis discontinuance rate was similar to that observed in other indications.

Keywords