Revista Vortex (Apr 2017)
Direcionamentos na escuta e suas influências no processo criativo O caso do grupo Obra Aberta
Abstract
Neste artigo relataremos momentos da produção criativa do grupo Obra Aberta, sediado em Campinas - SP e dedicado a música experimental e improvisação, nos quais os performers direcionam sua escuta a partir de propostas consolidadas nesse domínio. O objetivo deste artigo é esclarecer de que forma a escuta, fazendo parte do ciclo do processo criativo, influenciou as maneiras de tocar e de criar desse grupo. Tais direcionamentos na escuta estão baseados nas propostas da escuta reduzida de Pierre Schaeffer, do deep listening de Pauline Oliveros e da ideia de movimento virtual do som de José Augusto Mannis, estudadas e trabalhadas através de exercícios práticos de improvisação e de escuta, além de peças abertas e jogos musicais. Os resultados são discutidos com base em conceitos e no modelo de processo criativo de José Augusto Mannis, cuja ideia principal é a de um processo que se dá através da contínua interação entre as instâncias de percepção, análise e síntese.