PsiLogos (Jun 2021)
Prevalência e fatores de risco das Perturbações do Comportamento Alimentar, em adolescentes dos 12 aos 18 anos, no Concelho de Manteigas
Abstract
Introdução: A rápida alteração no tamanho e forma corporais na adolescência, assim como a maior vulnerabilidade às influências socioculturais, podem levar ao desenvolvimento de insatisfação com a imagem corporal, fator de risco para perturbações do comportamento alimentar. Objectivos: O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência das perturbações do comportamento alimentar, procurando relacionar com eventuais fatores de risco. Métodos: Participaram 107 estudantes, dos quais 59,8% do sexo feminino, com média de idade de 14,4 anos (DP = 1,82). Os dados foram recolhidos através de um protocolo de investigação online constituído por cinco questionários: (a) sociodemográfico, (b) comportamentos alimentares, (c) suscetibilidade às pressões socioculturais e interiorização do ideal de beleza, (d) vinculação aos pais e pares e (e) perturbação de comportamentos e atitudes alimentares. Resultados e Conclusões: Foi detetado 1 caso de perturbação do comportamento alimentar sem outra especificação e 1 possível caso de bulimia nervosa. Após estratificação por níveis de risco, observou-se que o grupo de maior risco apresentou um índice de massa corporal mais elevado, níveis de conhecimento e interiorização das influências socioculturais mais elevados e menor qualidade das relações de vinculação com os pais. Os preditores de risco mais significativos foram: sexo feminino, interiorização dos ideais socioculturais de beleza e a relação de vinculação com a mãe. Desta forma, deve ser apostado desde cedo em programas de prevenção focados na promoção de uma imagem corporal positiva e intervir nos principais contextos de socialização dos adolescentes (escola e família). Palavras-Chave: Prevalência; Fatores de risco; Perturbações do Comportamento Alimentar; Adolescentes; Vinculação.