Kwanissa (Apr 2021)

Afirmação da identidade étnico-racial em crianças quilombolas e não quilombolas

  • Andrea dos Santos Doria,
  • Dalila Xavier de França,
  • Marcus Eugênio Oliveira Lima

Journal volume & issue
Vol. 4, no. 8

Abstract

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AFFIRMATION OF ETHNIC-RACIAL IDENTITY IN QUILOMBOLA AND NON-QUILOMBOLA CHILDREN AFIRMACIÓN DE IDENTIDAD ÉTNICO-RACIAL EN NIÑOS QUILOMBOLAS Y NO QUILOMBOLAS Resumo Analisa-se em dois estudos a identidade étnico-racial de crianças brancas, negras quilombolas e não quilombolas. No estudo 1, participaram 179 crianças negras e brancas, 54% de sexo feminino, 31% com idades entre seis e sete anos e o restante com idades entre oito e dez anos. Os resultados indicaram que as crianças brancas apresentam uma maior identificação com a cor da sua pele que as negras e que as negras não quilombolas são as que menos se auto identificam como negras. O segundo estudo, realizado oito meses depois, adotou um delineamento quase-experimental para testar o efeito de um conto de fadas na afirmação da identidade étnica das crianças negras. Participaram 29 crianças cujas identidades haviam sido analisadas no primeiro estudo, 16 de sexo feminino, sendo 12 delas com idades entre seis e sete anos. As crianças ouviam um conto de fadas cujos protagonistas eram todos negros e, em seguida, participavam da mesma entrevista do Estudo 1. Os resultados indicaram que a afirmação identitária se tornou mais forte, o reconhecimento de pertencimento étnico cresceu de 50% para mais de 70% e o sentimento de gostar de pertencer ao grupo aumentou também de forma significativa. No geral, os resultados obtidos apontam a importância integrada de Políticas Públicas de valorização identitária e ações voltadas para a representação simbólica dos grupos nos espaços de poder sobre a identidade étnica das crianças. Palavras-chave: Afirmação da identidade, Identidade negra, Infância, Quilombola. Abstract In two studies, the ethnic-racial identity of white, black quilombola and non-quilombola children is analyzed. In study 1, 179 black and white children participated, 54% female, 31% aged between six and seven years and the remainder aged between eight and ten years. The results indicated that white children have a greater identification with the color of their skin than black women and that non-quilombola black women are the ones that least identify themselves as black. The second study, carried out eight months later, adopted a quasi-experimental design to test the effect of a fairy tale on the affirmation of the ethnic identity of black children. Twenty-nine children participated, whose identities had been analyzed in the first study, 16 female, 12 of them aged between six and seven years. The children listened to a fairy tale whose protagonists were all black and then participated in the same interview as in Study 1. The results indicated that the identity statement became stronger, the recognition of ethnic belonging grew from 50% to over 70 % and the feeling of enjoying belonging to the group also increased significantly. In general, the results obtained point to the integrated importance of Public Policies for the valorization of identity and actions aimed at the symbolic representation of groups in spaces of power over the children's ethnic identity. Keywords: Affirmation of identity, Black identity, Childhood, Quilombola Resumen En dos estudios, se analiza la identidad étnico-racial de los niños blancos, negros quilombolas y no quilombolas. En el estudio 1, participaron 179 niños blancos y negros, 54% mujeres, 31% de edades comprendidas entre seis y siete años y el resto entre ocho y diez años. Los resultados indicaron que los niños blancos tienen una mayor identificación con el color de su piel que las mujeres negras y que las mujeres negras no quilombolas son las que menos se identifican como negras. El segundo estudio, llevado a cabo ocho meses después, adoptó un diseño cuasiexperimental para evaluar el efecto de un cuento de hadas en la afirmación de la identidad étnica de los niños negros. Participaron veintinueve niños, cuyas identidades habían sido analizadas en el primer estudio, 16 mujeres, 12 de ellas de entre seis y siete años. Los niños escucharon un cuento de hadas cuyos protagonistas eran todos negros y luego participaron en la misma entrevista que en el Estudio 1. Los resultados indicaron que la declaración de identidad se hizo más fuerte, el reconocimiento de pertenencia étnica creció del 50% a más de 70 % y la sensación de disfrutar pertenecer al grupo también aumentó significativamente. En general, los resultados obtenidos apuntan a la importancia integrada de las Políticas Públicas para la valorización de la identidad y las acciones dirigidas a la representación simbólica de los grupos en espacios de poder sobre la identidad étnica de los niños. Palabras llave: afirmación de identidade, Identidad negra, Infancia, Quilombola